OPINIÃO DA EDITORA
Difícil dizer quem não teve aula com ela ou com a irmã dela, Ritta Haikal. E afirmar que teve aula com uma das duas, credencia uma bela citação no currículo e sinônimo de orgulho em um País que pouco está se preocupando com a educação. Mas, não carece nessa hora, polemizar, há que sentir uma orfandade sem tamanho com a eterna ausência de Vânia Pimentel. Imagina que estudei com ela para um concurso público, foi professora da minha filha Alessandra e, agora, há dois anos, ia para o terceiro ano do ensino médio, da minha neta Manuela. Eu, por exemplo, não tenho o mínimo pudor em pedir auxílio em algumas crônicas e Ritta tornou-se a revisora oficial dos meus livros.
Vania era apaixonada pela palavra, mas seu amor era pelo teatro. Todos os finais de curso, na Nilton Lins, culminavam com uma deliciosa peça, como foi em 2019, que tive a honra de ir com a Manu, para assistir ‘Chicago’ e qual não foi a minha surpresa, a professora Vânia era o fio condutor da peça. Imbatível. A plateia, composta por alunos, pais e professores, vinha abaixo, quando ela aparecia. Sim, com toda a sua rigidez nas suas aulas e correções nas provas, a exigente mestra era amada, muito amada por todos que foram seus alunos. Manaus mais pobre de cabeças inteligentes e que amam formar uma juventude com o domínio da nossa tão combalida língua portuguesa. Não foi à toa um domingo de tanta chuva. Eram as lágrimas de saudade das várias gerações da professora Vânia Pimentel.