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‘Tá Explicado’

Quando morre um politico do porte de Amazonino Mendes, parte com ele, uma grande parte (com trocadilhos) da história do Estado, no caso, do Amazonas


OPINIÃO DA EDITORA

Para começar, Amazonino era profissional em criar histórias que viralizavam (ainda nem existia isso), e eram verdadeiras na forma de ser do Negão! O exemplo? Eu conto: o “tá explicado!” para a mulher na beira do barranco, que não queria se mudar por causa de eminente perigo de desabamento que levaria o seu barraco do alto a baixo. Foi pensando nisso que afirmo: quando morre um político do porte de Amazonino Mendes, parte com ele uma grande parte (com trocadilhos) da história daquele Estado, no caso, do Amazonas, por total falta de sensibilidade de seus asseclas e afofadores se tornarem os escribas das suas conquistas, seus causos, suas saudades familiares, da falta que deveria sentir ‘daquele tempo” como nós, os amazonenses falamos. Esses assessores diuturnos e de cabeceira não possuem um tico de sensibilidade par entender que a posteridade precisa conhecer essa biografia que construiu o mapa da nossa história baré, que vai muito além dos muros da Universidade do Amazonas.

As notas de falecimento, reproduzidas pela imprensa, de afogadilho, tornam-se monótonas, repetitivas, no melhor estilo: “eu dei primeiro”. Amazonino era muito maior do que o cara que comia tucumã. Era inteligente, sagaz, e pensava mais rápido do que falava, como todo super-dotado de inteligência de berço. Saiu do celeiro de políticos de Eirunepé, bebeu na fonte do academicismo estudantil, casou-se com a inteligentíssima (dizem, dizem que foi com ela que aprendeu e tornou-se um ‘ser político’ ) e bonita Tarcila Negreiros Mendes, teve como pai e mentor o Boto Navegador. Na minha opinião, perdemos boa parte da nossa história – verdadeiramente – política por falta de historiadores atentos que deveriam conviver com esses grandes estadistas. De resto, é firula. São conversas. Tá explicado. RIP, Amazonino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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