Enquanto esperava o resultado da tomografia – exame como um nome apavorante e a realização inofensiva – olhei para o teto do hospital da Samel, antigo Prontocord, e vi aquele bocal que tem uns quadradinhos abertos, de onde sai uma luz vermelha. Sei lá porque cargas d’águas, lembrei do quadro de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, a devoção da dona Leonor, minha mãe e veio a novena que a gente rezava, durante três meses, para vir verba federal para o nosso colégio. Antigamente, era na base da reza. Nessa hora, se materializa o médico Rafael Figueiredo e diz: “é Covid. Pulmão com 30% comprometido”. A imagem da santa permanecia na minha cabeça, mas depois entendi o porquê. Antes que entrasse em pânico, a Mãe de todas as mães enviou um anjo, que vive aqui na terra, e atende pelo nome de Beto Nicolau. Ele disse: “vamos subir, você já vai fazer fisioterapia e o doutor vai lhe passar uma medicação”.
(Foto: Arquivo Pessoal)
A intensivista Edinete, igualmente maravilhosa, tem cuidado de mim e respondido todos os meus WhatssApp, falou: “A não ser que você queira, mas não precisa ficar internada”. Era tudo que eu queria ouvir. Desse instante, até o dia de hoje, é oração, seguir os protocolos, tomar a medicação, além de mastruz, chá de alho com limão e gengibre, melaço de jambu, cebola assada com mel, própolis, zinco, vitamina C, vitamina D, muita água e quem tiver mais uma sugestão estou aceitando. Escrever, é o meu ofício, mas foi prescrição médica, para não pensar em leseira. E para o leitor também saber, contraí a Covid-19 em Manaus. Viajei para o Rio de Janeiro já com o vírus e pasme, infectando as pessoas. Quem afrouxou a corda foi eu. E deu no que deu. Agora é rezar e ficar de quarentena. Vai passar porque Deus e Nossa Senhora querem! Eu creio!
