Uma das coisas que me faz gostar do Vieiralves é esse ar bucólico de cidade pequena. E tudo, para mim, gira em torno do meu quadrilátero. Minha casa, meu trabalho, meus médicos, minha hidroginástica, meus restaurantes preferidos, café nas calçadas que o pedido vem no carro, meu Volut Beauty, os melhores shoppings no entorno, os meus bancos. Eu conheço todos os moradores de rua, os buracos, fico danada da vida com os calombos que deixam no asfalto, gosto das minhas farmácias e do descascador de tucumã. Considero tudo como se fosse uma grande-pequena família.
Mas, o que sempre me encantou foi o jeito bagunçado, desarrumado do Mercadinho Popular, o célebre Japonês, ou Xisto, como se chama o dono. Pense em um cesto para roupa limpa? Tem lá. Um funil, salsão, pedaço de tofu, pimenta de cheiro e tucupi temperado? Tem no Xisto. Vela tradicional para bolo de aniversário? É batata. Quer uma agulha? Linha e dedal? O primeiro lugar em produtos sem lactose. Simplesmente, tudo. E o que é legal, mesmo, é a garrafa de café que o cliente chega, pega o copinho e se serve. Aí, começa a jogar conversa fora com o proprietário. Antes da Covid, tinha o seu sócio, Rosine. Este tinha toda a boa vontade do mundo, contrapondo com o humor do Xisto.
Com a partida do Rosine, para o Plano Superior, ficou visível o acabrunhamento de Xisto. Ficou meio triste, porém, o jeitão do Mercadinho desarrumado, mas com funcionários solicitos e uma padaria onde o maior charme é o ‘bolo podre’ escandalosamente delicioso, continuou do mesmo jeito. Hoje, me deu vontade de comprar essa delicia. Ao entrar, vi todos de uniforme novo, mudança nas gôndolas, um jeito arrumado de supermercado que não era a ‘cara’ do mercadinho, que eu gosto tanto. A garota do Caixa me disse que estavam se adaptando. O arrumador das verduras lamentou a ausência do Xisto. Eu senti um aperto no peito, uma certa tristeza porque estava órfã do Mercadinho Popular.
Minha prima, compartilho do mesmo sentimento, frequento o Mercadinho do Japonês há décadas, fica aquela sensação de perda e futuramente de nostalgia, em breve relembrando a variedade de todo tipo de produtos, Importados, nacionais e locais…deixo aqui meu agradecimento ao Sr Xisto, fui cliente dele e ele tbm foi meu cliente no banco.
Um grande abraço!
Vai fazer muita falta, não tinha essa vez que eu não fosse ao Vieira Alves que não desse uma passada no mercadinho, lá encontrava produtos que não tinham eu outros lugares o principal era o oi do Xisto antes muuuito antes da mãe dele. Vai ficar muita saudade
Você resumiu com perfeição os sentimentos dos “moradores-raiz” do Vieiralves.