Com o novo coronavírus aprendi como a morte estava mais perto do que imaginava a minha vã filosofia. Acredito em Deus, em todos os Santos e nos Anjos. E com eles, durante a minha doença, me peguei. Aí, vieram as mãos divinas dos médicos e me deixaram viva. A finitude é a única certeza no Mundo. A partir daí, algumas pessoas se foram. As que eu conhecia de vista, me chocaram de perto. Outras conhecia de perto e me deixaram atônita. Sentia que, com elas, sempre ia um pouco do meu jeito de ser de encarar a vida. O medo faz a ronda. Agora, entra na minha narrativa, querido leitor ou leitora, a doutora Rosemary Costa Pinto, diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Eu a conhecia pela televisão e por um telefonema dela, para agradecer o meu editorial “Eu só acredito na doutora Rosemary”. Escrevi essa ‘Opinião da Editora’ quando a farmacêutica bioquímica anunciou, sem meias palavras, que Manaus estava na ‘Fase Roxa’. Acertou em cheio! A Rose se tornou a minha mais recente amiga de infância. As suas afirmativas viraram Lei no meu Dicionário. Ficava na frente da TV para anotar as suas pesquisas, os seus relatos, os seus números. Quando ela dava um parecer, podia contar que era esse que eu seguia, sem tirar e nem por. De duas semanas para cá, senti a falta dela no vídeo. Pensei que estava de férias, o que seria normal. Mas, qual nada. A notícia do seu falecimento, ontem, me pegou desarmada, fiquei sem chão. Deus chamou a Rosemary Pinto. E com ela, senti que morreu a palavra certa sobre a Covid-19.