A ópera ‘Tragédia de Piedade’, de João Guilherme Ripper, sob a regência de Otávio Simões foi de tirar o fôlego! Apenas três personagens em cena – Euclides, Anna e Dilermando – com interpretações magistrais. A interpretação aliada ao canto lírico, transforma ‘Piedade’ em um grande enredo que, apesar de todos saberem o desfecho, o final esperado e delirante! O cenário minimalista, mas de impacto, proporciona toda a curiosidade necessária para deixar o enredo ainda mais instigante. Vou ressaltar o violão incrível de Paulo Pedrassoli. Foi uma escolha acertadíssima para o 25º Festival Amazonas de Ópera, que deixará saudades…

Maestro Otávio Simões com o barítono Homero Velho (Euclides), soprano Gabriella Pace (Anna da Cunha) e o tenor Daniel Umberlino (Dilermando de Assis)
HISTÓRIA DO BRASIL
Vale ressaltar que Euclides da Cunha, escritor e jornalista, escreveu ‘Os Sertões’, que fala sobre a Guerra de Canudos, em 1897, mas também ficou conhecido pela sua história pessoal, quando sua mulher Anna, ficava sozinha durante meses e meses, enquanto ele estava no sertão da Bahia. Ela, no Rio de Janeiro, conheceu o tenente Dilermando e se apaixonaram perdidamente. O escritor vai à casa do desafeto para matá-lo, mas fere o irmão de Dilermando – Dinorah – na perna, e não consegue o intento. Dilermando, exímio atirador, mata Euclides. A tragédia aconteceu em Piedade, bairro do Rio de Janeiro. Ressalto, ainda que Dilermando, anos depois, em legitima defesa, mata o filho mais velho de Ana, Euclides Filho. E Dinorah, também se suicida, depois de ficar com um defeito na perna, após o tiro de Euclides. Tragédia, mesmo.
BOLENA E PIEDADE
Grandes óperas deste FAO. Maravilhosas!
PENSAMENTO DE SEGUNDONA
“Foco, força e coragem para enfrentar a segunda-feira!”- Ave, Segunda!