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Cultura

Arte e cultura do povo ticuna marcam presença na Segunda Mostra de Arte Indígena

A cultura do povo ticuna tem, na expressão de seus mitos, a reverência e divinização da floresta


As três artistas do povo ticuna: Elizete Ticuna, Angélica Nery Aiambo e Natália Ticuna vieram de aldeias do Alto Solimões, município de Benjamin Constant, e apresentam a arte do seu povo em quadros, roupas e cestaria, durante a Segunda Mostra de Arte Indígena de Manaus, da prefeitura, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), em exposição até o dia 31 de outubro, no Palácio Rio Branco, avenida 7 de setembro, centro histórico.

(Foto: Divulgação/Semcom)

Em sua mensagem exibida na mostra, o prefeito David Almeida lembra que os artistas elaboram verdadeiras oficinas de reinvenção da existência. “Isso é especialmente verdade, quando falamos sobre as expressões artísticas dos povos indígenas, que são detentores de uma sabedoria milenar ancestral”, destaca o chefe do Executivo municipal.

O presidente do Concultura, Tenório Telles, ressalta a força da cultura ticuna que tem na floresta a razão de sua cosmologia. “As artistas trazem a força da cultura ticuna para essa edição da mostra de arte indígena, exibindo suas vestimentas, grafismos e os traços de sua identidade cultural”, salienta.

A cultura do povo ticuna tem, na expressão de seus mitos, a reverência e divinização da floresta, a exemplo do mito da “ngewane”, uma árvore encantada que cresce nos igapós e na beira dos lagos desde o princípio do mundo.

Cultura ticuna

“O Livro das Árvores” lançado pelo povo ticuna, demonstra que as larvas migram para as raízes da árvore e lá se convertem em milhares de peixes-pacus, traíras, piranhas, sardinhas, surubins, tucunarés, aruanãs, piaus e sarapós, que ganham as águas durante as enchentes.

“O ngewane existe para a natureza nunca acabar, para nunca faltar alimento”, escrevem os ticunas, que também creem nos poderes multiplicadores de outra árvore sagrada, a tüerüma. Seus galhos proliferam em todas as direções. Quando as folhas da direita caem no chão, se transformam em onças, e as da esquerda, originam gaviões.

O livro faz parte do projeto “A natureza segundo os Ticuna”, iniciado em 1987. Todo esse trabalho objetiva preservar a memória ancestral do povo ticuna, seus mitos e saberes construídos ao longo de séculos.

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