Manaus,
×
Manaus,

Doutor Sorriso

Da realeza à plebe


Não é de hoje que acreditamos que, para se ter status, é preciso de objetos raros e caros. Porém, o interessante disso é termos acesso a algo que não é mais sinal de status, mas que por um período da história era um dos itens mais caros e cobiçados da realeza, além de um dos queridinhos da Rainha Elizabeth I: o açúcar!

(Foto: Reprodução)

E se ao ver a imagem você está associando os dentes escuros da rainha ao consumo de açúcar, você está fazendo isso muito certo (aplausos). Historiadores relatam que, registrado pela primeira vez na Inglaterra por volta do Século 13, o ‘açúcar real’ de Elizabeth I era acessado sem controle – ao contrário dos hábitos de higiene, já que até então as evidências da doença cárie ainda não eram estabelecidas.

Uma boa porcentagem da Corte sofreu pelo ‘amor ao açúcar’ e registros mostram que Elizabeth I, como consequência, precisou remover vários dentes devido o estágio de evolução da deteriorização dentária. O engraçado é que, mesmo com o nosso ‘maior conhecimento’ atual, as coisas não mudaram para muitas pessoas em nossa sociedade (supostamente moderna).

O tempo passou, as plantações aumentaram, os impostos baixaram e a popularização do açúcar aconteceu. ‘Ela já até come biscoitinho com iogurte, Doutor’, disse a mãe de uma criança 9 meses de vida durante uma consulta de aconselhamento de hábitos saudáveis para controle da doença cárie, no interior do Estado.

Esse hábito, pasme você (ou não), é um relato comum no dia a dia de consultórios pediátricos, nutricionais ou odontopediátricos, e é um reflexo de uma facilitação ao acesso e ausência de informações pertinentes acerca do assunto.

(Foto: Reprodução)

A Organização Mundial de Saúde, além de apenas recomendar o consumo de açúcares livres a partir dos 2 anos de idade, recomenda, também, que os açúcares livres representem menos de 10% da ingestão total de energia por dia. Quanto seria isso? Para um adulto, cerca de 100 calorias. Para uma criança de 9 meses? Nada!

A popularização do açúcar e o seu consumo precoce, hoje, já está associado à problemas como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e cárie dentária, sendo que a prevenção dessas doenças na vida adulta começa na ‘vida criança’. Por isso, caro leitor, o controle do consumo, mesmo sendo difícil num mundo que a Roberta Oda (@robertaoda) exista, é necessário. Vamos controlar?

Você também pode gostar...

Os comentários são de inteira responsabilidade do autor e não expressam a opinião do Portal Mazé Mourão. Você pode ser denunciado caso comente algo racista, injúria ou conteúdo difamatório.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

três × 5 =