Todas as vezes que começa o Big Brother Brasil (BBB) – amado por uns e odiado por tantos outros – me pergunto se eu ‘caberia’ no formato do reality freak-show. Mas em um milésimo de segundo, respondo a mim mesmo que: não!
E os motivos são os mais diversos, dentre eles a minha falta de simpatia no âmbito pessoal e o meu humor quase incompreendido seriam fatores determinantes para um cancelamento logo nas primeiras horas de confinamento.
Apesar de um amigo aqui e outro acolá achar que eu poderia oferecer o tão desejado entretenimento, me reservo no direito de passar bem longe da atração.
Não acordo de bom humor, não conseguiria conviver com a bagunça promovida pelos participantes nos quartos e, certamente, precisaria de doses diárias de ansiolítico para suportar a euforia exacerbada de participantes como Bruno Gaga. E outras tantas doses para aguentar Fred Nicácio.
Penso na energia que minha participação iria demandar não apenas dos meus amigos, mas, principalmente, dos meus pais. Já pensou eu ser cancelado e eles não poderem ir ao supermercadoem paz? Ou em uma farmácia sem ouvirem um xingamento? Isso sem falar do gabinete de crise que precisaria ser montado. É muito para minha cabeça!
Quando atingimos uma certa idade, passamos a selecionar, muito por questão de afinidade, aqueles com quem queremos conviverdiariamente (com a devida limitação, claro). Portanto, dividir com ‘estranhos’ incertos 90 dias, em uma casa, com câmeras por todos os lados, ultrapassa qualquer autocontrole que esteja ao meu alcance.
Não critico quem participa ou quem anseia participar do programa. Muito pelo contrário! Até porque, sou ‘consumidor’ da atração (sorry, intelectuais!), mas é que, realmente, não estaria disposto a passar tanta pressão psicológica. No mais, este ano, minha torcida é para Aline ‘Rouge’ e aguardo ansiosamente para os próximos capítulo da “nave louca”, como diria Pedro Bial. Até!
P.S.: Caso você não goste de BBB e se ache intelectualmente elevado para assistir o reality, basta trocar de canal e vá ler um livro. Deixe o coleguinha que gosta em paz.
*Bruno Mazieri tem 36 anos, é jornalista e atua como assessor de imprensa