De acordo com rápida pesquisa, a abelha-rainha é responsável por dar vida às demais abelhas da colmeia, portanto, é líder reprodutora e por meio de seus feromônios, determina o comportamento das operárias. Ponto.
Em uma colmeia não muito distante, leia-se: sociedade, o Complexo de Abelha-Rainha está em diversas esferas sociais. Seja na escola, no trabalho, na família ou, até mesmo entre os amigos, sempre tem aquela pessoa que, talvez involuntariamente (ou não), age como se fosse a detentora de plenos poderes.
E por mais que a literatura diga que o comportamento está ligado diretamente ao universo feminino e ao ambiente de trabalho, peço vênia para discordar. Muitos homens também padecem do mesmo comportamento e não apenas no âmbito profissional.
Em termos práticos, ser uma abelha-rainha humana (poder ser assim?) é sentir a necessidade de determinar o que aquele grupo ao qual o indivíduo pertence vai fazer ou como deve se comportar.
É unir esse comportamento ao hábito muito comumente visto nas escolas, quando uma pessoa determina e todas as outras obedecem seu comando. Tal comportamento, que nem deveria ser reproduzido, poderia ficar restrito ao universo dos adolescentes, mas infelizmente muitos acabam o levando para a vida adulta.
E as operárias, muitas vezes, nem se dão conta que acabam sendo ‘vítimas’ das abelhas-rainhas, vivendo em um ciclo vicioso numa boba tentativa de chamar a atenção e assim, quem sabe, fazer parte do reinado da colmeia. Santa inocência!
Penso que em um mundo extremamente tóxico no qual vivemos, onde a empatia deve ser levada em consideração, não exista mais espaço para uma abelha-rainha (e não confundam com um(a) líder, por favor!). Está mais do que na hora de ressignificar tal comportamento. Afinal, cada um merece ser abelha-rainha de sua própria vida.
Aliás, só existe espaço para uma abelha-rainha e se chama Maria Bethânia. Para quem não entendeu, sugiro usar o Google para uma rápida pesquisa. Até mais!
*Bruno Mazieri tem 36 anos, é jornalista e atua como assessor de imprensa