Há 20 anos vou ao Festival Folclórico de Parintins, ou seja, frequento a Ilha Tubinambarana desde o ano 2000. E esse tempo todo, sempre trabalhando como jornalista. Mas, o primeiro festival folclórico ninguém esquece. Nem o segundo, nem o terceiro… todo ano, uma novidade, uma história, uma lembrança que ficará para o resto da vida. Portanto, divido esse meu tempo épico, em três etapas. A primeira, arrasto os primeiros 10 anos, entre Sambódromo em Manaus e Bumbódromo, Parintins. Essa época era convivência com profissionais com os mesmos ideais, arroubos libertários, vontade de incendiar o cabaré pela melhor notícia. Tudo, para mim, literalmente, cada ano era uma novidade. Aliás, sempre vi a ilha, a cada ano, como uma novidade. Sou do tempo do sem fosso, do ano que inauguraram o fosso, que proibiam bebida (affe). Sempre acontecia algo que nos unia em histórias que eram contadas, o resto do ano, na redação. Com detalhes acrescentados para florear, mais ainda, o acontecimento.
Na segunda etapa, com repórteres bem mais novos, e nós, os mais antigos, dávamos conselhos, contávamos das nossas peripécias, dos amores proibidos, histórias da praça da Catedral e do Mercado. Como passei a gravar o programa de televisão, dormia cedo, evitava as geladíssimas, mas, mesmo assim, era delicioso. Este ano, nesta terceira etapa, nos ensaios bovinos amazonenses, a minha turma é infinitamente mais nova e possui, nas pontas dos dedos, toda a tecnologia de ponta, me ensina muito, mostra os caminhos e as vertentes para chamar mais seguidores, likes e outros que tais. Contudo, como uma xamã, lhes apresento a minha experiência, de 20 anos, no Festival Folclórico de Parintins, sem faltar um ano sequer. Consigo dizer, inclusive, nos dias de festival, qual o boi-bumbá que vai ganhar. Acerto de primeira. É, sou pávula que só ! Até.