Exagero sempre foi o meu forte, nas lembranças, então, elas sempre surgem coloridas, floridas, felizes e saborosas. As folhas verdinhas do hortelã, quando pego uma e levo à boca, surge a minha avó Maria Mourão, moendo todos os ingredientes do quibe, depois ela pegava um naco com as mãos, fazia uma bola e enfiava na minha boca. Lembro desse sabor até hoje! As festas na casa dos meus avós, na Quintino Bocaiuva, surgem com aroma de sândalo, as cores eram fortes, mulheres finas com tecidos de seda amarelo, vermelho, farfalhar do tule. A bebida, era leitosa, de anis, o Arak. Eram muitos brindes, dos homens elegantes. O rosa, vem da manga-rosa, claro, da mangueira da casa da dona Djanira, na Lauro Cavalcante. Um gosto inesquecível. E o veludo branco que envolve os caroços da ingá-macaco? Não existe, no mundo, nada igual. O vermelho… bom, o vermelho, ah, todos sabem, é do meu boi Garantido. Forever.