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EI, DEIXA EU TE FALAR

Rafa Vieira livre, leve, solto e de férias com o ex

Se o ditado diz que só se vive uma vez, ele sabe direitinho como aproveitar a vida


Não é todo dia que alguém recebe uma ligação para participar de um reality show, não é mesmo? Ainda mais para passar férias, em um lugar paradisíaco, com bebidinhas maravilhosas, festas inesquecíveis e a honra de revisitar o passado. Pois bem, a sorte gritou o nome do Rafael Vieira, ele topou e tem dado nome e sobrenome no programa De Férias Com O Ex Brasil, exibido na MTV.

Olha o carão da gata, lé em Jeri (Foto: Divulgação/MTV)

Ator, Cantor e Professor de canto, por formação, o paulista foi o primeiro participante gay, em seis edições do programa, a ser convidado para movimentar o reality. Com seis episódios já exibidos, Rafa mostrou que veio ao mundo pra se jogar e aproveitar as oportunidades que aparecem em sua vida.

Já teve choro, insegurança, beijo, clima quente de baixo do edredom e ex saindo do mar. A participação do Raffú no De Férias (para os íntimos e viciados no programa como eu), tem proporcionado muito burburinho na internet. Por isso, em uma ligação com direito a participação especial de latidos intensos dos nosso dogs, conversei com o Rafa para esclarecer alguns causos. Presta atenção!

Rodrigo Guimarães: Rafa, começa me contando como você recebeu o convite pra participar do programa.

Rafael Vieira: Uma produtora de elenco e amiga da Drag Queen LaMona, perguntou se ela conhecia alguém que se encaixasse no perfil que eles estavam procurando e ela me indicou. Depois entraram em contato comigo, eu compareci até a produtora, preenchi o formulário de inscrição e participei do processo seletivo comum, como qualquer outro participante.

RG: Você é o primeiro homem gay a participar do De Férias Com O Ex Brasil. Qual a importância desse marco pra você?

RV: A parte mais importante de ser o primeiro gay a ter participado de um projeto tão legal e de tanta visibilidade assim, é ter a noção que eu preciso dividir o meu discurso, a minha palavra e a minha diversão, que é quem eu sou, junto com o que eu quero viver, e as coisas que eu vivi lá dentro, com a representatividade, que a gente sabe que é algo que se faz muito necessário. Claro que a minha presença no programa não representa toda comunidade LGBTQI+, mas já é um grande passo. Recebo muita mensagem de quem se identifica com a minha participação e com as histórias que acontecem lá dentro. No geral é legal saber que a visibilidade vai trazer a questão da representatividade e é importante saber lidar e corresponder a isso.

Particularmente, eu amo animal print, migo (Foto: Reprodução/Instagram)

RG: Dentro do De Férias, nos primeiros dias, você se sentiu meio deslocado. Você sentiu algum tipo de preconceito das pessoas ou foi mais um receio seu?

RV: Olha, preconceito eu não senti no início, não. Acredito que tenha sido mais receio por parte das pessoas em não saberem como agir comigo, que tipo de brincadeira podiam fazer, como poderiam se dirigir a mim e se me ofenderia ser chamado de viado ou não. Mas muito por terem menos contato com a cultura LGBTQI+. Isso foi muito estudo pela convivência mesmo, mas preconceito eu não senti no início.

RG: Quando o Jarlles chegou, as coisas mudaram completamente e o santo de vocês bateu de primeira. Como rolou a construção da relação de vocês?

RV: Sempre fomos muito sincero um com o outro desde o primeiro momento. No nosso primeiro date algumas coisas não foram ao ar, até porque é muito conteúdo para ser exibido em pouco tempo de programa, mas durante o passeio na lagoa nós já havíamos estabelecido a questão da liberdade em ficar com outras pessoas e que poderíamos curtir juntos, ter uma história no programa. Depois isso foi mudando, pois somos suscetíveis aos fatos que acontecem lá dentro, nunca pensamos em expor um ao outro com maldade. O que aconteceu foi na ingenuidade, como consequência de uma comunicação conturbada, talvez devido ao nível alcoólico etc.

Moço, vai viajar? (Foto: Reprodução/Instagram)

RG: E aqui fora? Como está a relação dos dois?

RV: A gente se fala todos os dias. Nós temos uma ótima relação de amizade e ainda queremos conversar pra decidirmos qual a relação que nós vamos estabelecer um entre o outro. A vida muda aqui fora e depois desse sexto episódio, o Twitter, Instagram e as páginas de fofoca estão pegando fogo. As pessoas comentando que não houve sexo e a gente está batendo na tecla para esclarecendo que teve, mas não foi mostrado como deveria.

RG: O plost twist veio quando seu ex, Matheus, chegou. Até o episódio mais recente, isso mexeu com a sua relação com o Jarlles. Você acha que quando ele sentiu que poderia ter que dividir sua atenção, as coisas apertaram?

RV: Foi como o episódio mostrou, talvez ele nem tenha se preocupado em ficar para trás, até porque estávamos aceitando muito bem essa coisa de se sentir livre para se relacionar, mas por algum momento ele pensou que eu não queria mais ficar com ele por conta da chegada do meu ex. Mas na verdade, por mim, eu teria continuado ficando a partir daquele momento, mas como ele decidiu terminar comigo eu não pude influenciar muito nos fatos. Na minha cabeça eu poderia ter ficado o meu ex e depois ter continuado ficando com o Jarlles sim. As pessoas interpretaram como se eu tivesse querendo uma coisa mais séria, na verdade eu só estava tendo tato com a situação.

RG: Quais as pessoas que você mais tem contato do De Férias e que pretende levar pra vida toda?

Jarlles, sem dúvida, porque a gente conversa todos os dias. Depois Hadad e Babi, mas não saí com nenhuma indisposição, além da que todo mundo já sabe. Fora isso, guardo todos com carinho, mas vamos ver durante a exibição dos outros episódios. Espero não me decepcionar com ninguém.

Para sua intolerância, eu tô de tolerância zero! (Foto: Reprodução/Instagram)

RG: Você gosta muito de cantar e tem uma voz ótima. Pretende seguir carreira na música?

RV: Algumas oportunidades estão aparecendo e eu estou pensando seriamente em aceita-las, porque é muita coisa para administrar junto. Lidar com o programa, com a repercussão semanal e dividir com uma carreira musical é muita função. Seria impossível eu encabeçar, de fato, um projeto musical, principalmente por causa da pandemia, já que demanda aglomeração de equipe, também, porque não quero dividir a atenção com o De Férias. Quando eu começar meu processo artístico ele vai ser respeitado como tem que ser. Eu sou cantor há 12 anos e professor de canto há 8 anos, quem trabalha a um bom tempo no ramo, sabe que é preciso profundidade em um processo artístico.

RG: Estamos no mês do orgulho LGBTQI+. Como você enxerga a questão do preconceito atualmente? Sente que as coisas têm mudado pra pior ou pra melhor?

RV: Acho que existe sim um movimento positivo e crescente. Um saldo positivo que continua subindo, a passos de formiga e sem vontade, mas acredito que poderia ser bem mais rápido pra evitarmos tantas perdas e tantas mortes. O maior problema não é as pessoas terem preconceito e sim elas não quererem desconstruir isso, porque muita gente é induzida desde pequena a ser assim e devemos culpar quem as educa. Quanto mais se fala, mais se ferve e quanto mais a gente levanta a bandeira esfregando na cara das pessoas, que isso é normal e que elas devem respeitar, mais elas colocam o ódio delas pra fora. Mesmo ainda tendo muito caminho pela frente, as coisas têm melhorado. A gente tem que se transformar em pessoas incansáveis.

Encontre o ex nas redes sociais: @rafavieiravoz.

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