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Amazônia como destino de europeus durante o regime totalitário nos anos 60

Ilko Minev foi um dos refugiados da Bulgária e está lançando livros com a Buzz Editora relatando os acontecimentos daquele momento


O maior desafio da época da Guerra Fria era se manter vivo. É dessa forma que Ilko Minev conta sobre esse momento histórico onde sobreviveu sendo um dos refugiados que escolheram a Amazônia como destino.

Autor dos livros “As filhas do Rio”, “Nas pegadas da Alemoa” e “Onde estão as flores?”, lançamentos Buzz Editora, Minev é búlgaro e viveu até a década de 70 no país, quando o regime totalitário já estava no comando. “O líder máximo na Bulgária era Jivkov, que ocupava o poder desde os anos 50 e ele estava tomando o poder simultâneo à Lenin e Stalin na União Soviética, Mao Tsé-Tung na China e Nicolae Ceau?escu na Romênia, todos ditadores com poder absoluto e perpétuo”, disse.

(Foto: Divulgação)

Outros búlgaros também vieram para o Brasil na busca por uma vida melhor e fugindo dos regimes que assombravam o mundo naquela época. “O regime era comunista de orientação soviética dos mais duros e repressivos. Não existia liberdade de expressão ou de ir e vir. O partido comunista era considerado infalível e não poderia ser contestado de nenhuma forma e existia culto a personalidade dos dirigentes.

A história nos conta que, nesta época, houve um pequeno fluxo migratório para o Brasil, considerado um lugar exótico e de pouca importância naquele momento. Nosso país era conhecido pelo futebol, já tinha uma imagem externa por conta da festa de Carnaval, exportava muito café, mas ainda era considerada uma terra sem relevância mundial.

Mas Minev, em especial, tinha os seus motivos para embarcar em terras brasileiras. “Já possuía família por aqui, eles me ajudaram escapar, correndo risco de morte por causa da Cortina de Ferro – divisão do mundo em capitalismo e comunismo”, relata. “Uma vez no Brasil, o desafio maior foi a língua portuguesa. Quando comecei a trabalhar, em 1972, a empresa me enviou para Manaus e lá a adaptação foi mais leve, acredito que fiz as escolhas certas e hoje até me considero um caboclo nato”, conta o autor.

(Foto: Divulgação)

No livro “Onde estão as flores?”, por exemplo, Minev conta sobre a chegada da família judia Hazan no Brasil. “Muitos judeus chegaram naquele tempo, então não era uma coisa atípica. A diferença é a família Hazan desembarcou na Amazônia, que vivia um momento de intensa produção de borracha”, declara.

As histórias de Minev estão sendo lançadas pela Buzz Editora. São romances que se tornam ainda mais importantes porque relatam acontecimento presenciado pelo próprio autor. “Esses contos se tornam peças fundamentais para expandir essa cultura para os leitores brasileiros, pois eles ainda sabem muito pouco dessa região e não entendem os desafios encontrados por lá”, declarou. Ilko Minev hoje é um case de sucesso em diferentes áreas com negócios no varejo e grandes histórias na literatura.

 

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