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Tecnologia & Comportamento

“O BBB não termina quando acaba”

A edição 2021 do reality show encerrou na TV aberta, mas os assuntos vividos no programa ainda devem repercutir por muito tempo nas redes sociais


Eu estava assistindo ao programa que reuniu os 20 ex-participantes do Big Brother Brasil, quando ouvi a minha conterrânea, a manauara Vivian Amorim, disparar: “O Big Brother Brasil não termina quando acaba”. E fiquei refletindo que é bem isso mesmo! Um programa que há mais de 20 anos mobiliza o país a cada nova edição, segue se mostrando capaz de reverberar na sociedade pelos meses seguintes.

Essa edição do BBB 21 se consagrou como a mais assistida dos últimos 11 anos, além de ter sido, por muitas vezes, o assunto mais comentado e procurado na internet. E a gente se pergunta: a que se deve todo esse sucesso? Na minha percepção, as pautas reais e as problemáticas pessoais vividas pelos participantes durante o isolamento deram o tom do programa.

Se anos atrás o reality já foi visto como algo “fútil”, nesses tempos ele tem se mostrado como uma grande plataforma de discussão das pautas atuais da sociedade brasileira. Ao longo de 100 dias, vimos na TV – e na internet – conflitos que muitos de nós também enfrentamos no dia a dia. O medo do “cancelamento”, a importância da autoaceitação e a coragem para se fazer ser ouvida e respeitada foram situações que conduziram as relações lá dentro da casa e que tocaram no pensamento – e no coração – de muitos de nós espectadores aqui fora.

Os perseguidos

Juliette e Lucas Penteado protagonizaram as situações mais delicadas do jogo; ela, constantemente descredibilizada, colocada à prova; e ele, reativo, atacado, marginalizado. Ambos foram abraçados – e adotados – pelo público brasileiro e, até como forma de justiça, exaltados ao máximo! Lucas já estrela campanhas publicitárias e reforça a tendência da “diversidade” e presença de minorias na cultura mainstream. Já Juliette é um fenômeno – e já falei disso aqui na coluna – que deve bombar e colocar toda sua regionalidade nos principais conteúdos audiovisuais do país. Eles vieram para ficar!

Os que se aceitam

A história de autoaceitação de Gil do Vigor foi o reflexo do processo de muitos de nós. Homem, trabalhador, criado em família religiosa e gay. Foi lindo e emocionante de ver o pernambucano escancarar sua verdade, superar seus medos e se aceitar. Gil, com certeza, será figura constante na TV e na publicidade brasileira. Vai vir muita “cachorrada” por aí!

Os cancelados

Já passamos da fase de “a internet não perdoa” e agora estamos na fase de sermos mais empáticos nas redes sociais e julgar menos, vide o que tem acontecido com a cantora Karol Conká. Ela foi a participante eliminada com maior índice de rejeição, teve atitudes horrorosas no confinamento e muitos consideraram a carreira dela como encerrada, mas agora ela inicia uma nova era musical e já tem seu novo single bombando nas plataformas digitais. Assim como ela, a baiana Lumena tem se reinventado nas redes sociais e conseguindo reveter sua imagem também. O mesmo não posso dizer do Nego Di. Aquele alí é um caso perdido.

Os grandes amigos

Sou de uma época em que a formação de casais amorosos era o que mais bombava no BBB; me arrisco a dizer que toda a narrativa e dinâmica do jogo rolava em torno desses romances. Mas no BBB 21, esse tipo de romance não teve vez! As relações de amizades protagonizaram a edição e refletiram tudo o que a gente precisa para agora: empatia, confiança, amor e cumplicidade. Sarah e Gil, João e Camila, Rodolffo e Caio, Viih e Thaís devem aprontar muito nas redes sociais e se tornarem figuras presentes na mídia.

Fato é que essa edição vai deixar saudades, mas não vai ficar só na memória, pois nos presentou com grandes exemplos de brasileiros reais que vão seguir nos inspirando e entretendo. Vamos espiar!

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