O Brasil, a maior economia latino-americana com 213 milhões de habitantes, iniciará na quinta-feira (4) o leilão da rede de 5G, uma tecnologia com a qual espera modernizar seu setor de produção e atrair investimentos de quase 9 bilhões de dólares.
Além da rede principal, de uso geral, o Brasil oferecerá a operação de uma rede paralela para uso exclusivo do governo, na qual não será possível usar equipamentos da empresa chinesa Huawei, excluída pelos termos da licitação em meio a uma disputa geopolítica por alegações de espionagem.
Quinze empresas apresentaram propostas à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), incluindo três grandes que já operam os serviços de telefonia e internet no país: Tim (filial brasileira da Telecom Italia), Vivo (Brasil) e Claro (México). “Espera-se que seja o leilão que chega a 50 bilhões de reais nesse setor.
É o maior dessa questão de telecomunicação e um dos maiores leilões internacionais de 5G, o potencial é gigantesco”, disse à AFP o coordenador da área de Direito e Tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS), Christian Perrone.
Desse valor, o governo espera arrecadar cerca de 10 bilhões de reais pelo uso das frequências.
O restante corresponderia a investimentos em nova infraestrutura, incluindo equipamentos e torres de transmissão.
Os especialistas calculam que o 5G precisa de entre quatro e dez vezes mais antenas que o 4G. Estarão em disputa blocos regionais e nacionais de diferentes frequências, cada um com uma finalidade, velocidade e alcance diferentes.
As licenças de operação são para um período de 20 anos.
Tratores agrícolas conectados, drones para monitorar plantações, veículos autônomos nas cidades e cirurgias à distância: o 5G permitirá conectar aparelhos entre eles e na nuvem, com tempos de resposta imediata. Por isso o 5G é geralmente apresentado como a tecnologia da “internet das coisas”, um mundo no qual os dispositivos conectados podem potencialmente “dialogar” entre eles, sem intervenção humana.