Atualmente a inteligência artificial nos convida a imaginar algo essencial: a forma como cuidamos da nossa saúde mental no trabalho.

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Segundo a psicóloga Luanna Cunha, especialista em psicologia clínica e organizacional, a inteligência emocional deixou de ser um diferencial e se tornou a base para organizações que desejam não apenas sobreviver, mas florescer.
“Neste novo capítulo, a tecnologia não vem para substituir a presença humana — ela vem para potencializá-la. E nós, profissionais da saúde mental, somos chamados a ser os tradutores desse novo idioma: o idioma que combina ciência, inovação e, acima de tudo, humanidade”.
Para a especialista, a prevenção é o caminho mais inteligente em saúde mental.
“Hoje, com o apoio da IA, conseguimos ir ainda mais longe. Ferramentas de análise de sentimentos em e-mails e chats internos, por exemplo, conseguem identificar padrões de estresse, exaustão e falta de engajamento de forma quase instantânea. Algo que, antes, levava meses para ser percebido por lideranças e equipes de RH”, destacou.

Luanna Cunha (Foto: Divulgação/Assessoria)
Plataformas de check-in emocional diário, que têm sido incorporadas em algumas das organizações as quais ela acompanha, permitem que colaboradores expressem seu estado emocional com segurança e anonimato. E os chatbots de suporte psicológico, com atendimento 24/7, democratizam o acolhimento — especialmente em tempos de trabalho remoto.
Vantagens e Cuidados da Tecnologia
Uma das coisas que sempre reforça nas suas supervisões técnicas e treinamentos é que tecnologia boa é aquela que humaniza, e não que afasta.
“A IA não substitui o olhar atento, mas amplia nossa capacidade de agir antes que o sofrimento emocional vire uma crise”.
Prevenir é estratégia
Estudos apontam que programas de bem-estar com suporte tecnológico conseguem reduzir em até 30% os afastamentos por transtornos emocionais.
O olhar de um psicólogo qualificado é indispensável para interpretar as informações e conduzir intervenções. A tecnologia aponta sinais mas, somente a escuta clínica treinada pode compreender a singularidade de cada história e construir ações efetivas e respeitosas.
O fator Humano é Insubstituível
Para Luanna Cunha, a IA é como um estetoscópio “um instrumento valioso, mas que precisa das mãos e do coração certos para interpretar o que ouve. Nenhum algoritmo é capaz de substituir a empatia de um bom psicólogo ou a sensibilidade de uma liderança verdadeiramente presente”.
“Em minha atuação, vejo como o cruzamento entre tecnologia e relação humana gera resultados poderosos. Relatórios de risco emocionais gerados por IA, quando usados com responsabilidade e sob supervisão profissional, permitem que nossas intervenções sejam mais rápidas, mais cirúrgicas, mais humanas”, detalhou.
Luana Cunha acredita que a verdadeira inovação é aquela que respeita, valoriza e potencializa a singularidade de cada ser humano.
“O futuro que queremos construir é aquele em que tecnologia e humanidade caminham lado a lado. Onde prevenir o sofrimento é um gesto de coragem, e cuidar da saúde mental é um ato de liderança”.