A capital amazonense entra em contagem regressiva para a apresentação da “Ópera do Malandro”, clássico da dramaturgia brasileira de Chico Buarque, que chega ao Teatro Amazonas em montagem conduzida pela Casa de Artes Trilhares. As apresentações ocorrem nos dias 17 e 18 de fevereiro e a venda de ingressos vem avançando rapidamente, já em fase final. Com a proximidade do grande dia, a preparação do elenco se intensifica, para garantir experiência teatral rica em música, dança e reflexões sobre a sociedade brasileira.
A obra é uma das que marcam a retomada de espetáculos do Teatro Amazonas, após obras de manutenção e restauro. Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, a exibição é uma excelente oportunidade, especialmente para que as novas gerações conheçam um importante musical brasileiro. “A obra é um clássico da dramaturgia brasileira e, com essa montagem, poderá ser conhecida por pessoas mais jovens, que ainda nem haviam nascido quando ela fez sucesso”, afirma o secretário.
A direção coreográfica do evento é assinada por Hanna Vilaça, que tem no portfólio nove anos de atuação no mercado da dança, dois deles como coreógrafa de teatro musical. A principal missão, segundo ela, é equalizar a habilidade técnica do elenco e garantir consistência nas performances. Outro desafio é que não se trata de um espetáculo de dança, onde cada movimento é coreografado, e sim, uma atuação orgânica.
Ela fala com orgulho do resultado de meses de preparação, e conta o que o público pode esperar do espetáculo, em termos de dança: “Muita qualidade de movimentação, muita limpeza, energia, corpos comprometidos em entregar a proposta que está sendo lançada. A gente vai ver o jazz musical presente com as características da dança de salão, com movimentações mais brasileiras”, adianta a coreógrafa.
Mas sem música não tem dança que se preze, e esta preparação também foi bastante complexa. Com uma formação internacional, o maestro Bruno Nascimento dirige um musical em Manaus pela primeira vez. Ao contrário de uma ópera, onde a música e o texto geralmente são predominantes, no musical, três linguagens se encontram em pé de igualdade para impulsionar o enredo: música, dança e teatro.
Ele enfatiza a complexidade da música de Chico Buarque e como foi interessante encaixá-la nas cenas. “A música de Chico Buarque é sempre uma delícia fazer, ao mesmo tempo que é complexa, tem vários detalhes que a gente precisa sempre estar atento. Foi desafiador, mas ao mesmo tempo gratificante. Vamos apresentar arranjos próprios, bem elaborados, o instrumental composto por músicos profissionais. A música fecha perfeitamente com as cenas e o elenco está muito engajado, muito empenhado para levar um espetáculo bonito para o público presente”, adianta.
A diretora do espetáculo, Dávilla Holanda, destaca que o musical segue o roteiro escrito por Chico Buarque, que traz a realidade dos malandros cariocas dos anos 40. “Em meio ao romance de Max, o grande contrabandista carioca, e Teresinha, filha do maior cafetão da Lapa, histórias se cruzam sob uma perspectiva atemporal, retratando prostituição, contrabando, agiotagem, roubo, interesses políticos, econômicos e sociais, questões que ainda vemos e vivemos”, afirma.
A diretora da Casa de Artes Trilhares, Rafaela Guimarães, promete um grande espetáculo. “Temos o compromisso com o público em trazer autenticidade e emoção à apresentação”, reforça.
Ingressos
Os espetáculos anteriores da Trilhares, como o musical “Escola do Rock”, já garantiram casa cheia, e a expectativa para a “Ópera do Malandro” é a mesma. Os ingressos estão disponíveis para compra online, com opção de compra presencial na bilheteria do teatro. É fundamental ficar atento aos horários das apresentações: que ocorrem às 20h no sábado (17) e às 19h no domingo (18).
Para mais informações sobre o espetáculo é só seguir nas redes sociais @casatrilhares e @operadomalandroam.