Com mais de 80 artistas envolvidos, troca de cenários e abordando temas relevantes sobre a humanidade, a ópera “Peter Grimes” teve a sua estreia no 24º Festival de Ópera do Amazonas (FAO), nesta sexta-feira (20/05), no Teatro Amazonas. A obra do compositor Benjamin Britten, escrita no século XX, na Inglaterra, e adaptada aos palcos, foi apresentada pela primeira vez no Amazonas.
Promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), o festival de ópera inovou com um título que carrega complexidade, ao abordar assuntos polêmicos, como a hipocrisia, exploração ao trabalho infantil, instigando o público a refletir sobre a prática do cancelamento, os tribunais das redes sociais e a intolerância.
“É uma obra clássica no modelo grego, uma tragédia que, apesar de escrita tempos atrás, tem uma humanidade atemporal, com estereótipos que se repetem”, disse o tenor Fernando Portari, que dá vida a Peter Grimes.
Esse diferencial tornou a ópera uma das mais aguardadas do FAO. O secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz destaca a importância do festival que recebeu convidados de outros estados, fortalecendo o intercâmbio cultural.
“Na estreia de Peter Grimes recebemos importantes convidados, que participaram do 3º Encontro de Cultura e Economia Criativa e Teatro de Ópera, além de vários estados representados, que estiveram presentes no Fórum de secretários de Cultura e coordenadores de Cultura do interior do Amazonas. Além de prestigiar a nossa programação, tivemos a oportunidade de participar de um importante diálogo, debatendo políticas públicas de cultura entre outros temas”, avaliou Marcos Apolo.
Produção artística
Resultado de uma parceria entre o FAO e a Universidade de Los Andes, da Colômbia, dois professores da instituição atuaram na produção da ópera “Peter Grimes”. Um deles, o colombiano, diretor cênico da obra, Pedro Salazar, que destaca a montagem do cenário construído, com exclusividade, para apresentação em Manaus.
A ópera sustenta três horas de duração, o que comprova o alto grau de complexidade da montagem, acompanhada pela Orquestra Amazônica Filarmônica, sob a regência do maestro Luiz Fernando Malheiro.
A montagem terá outras duas récitas, no domingo (22/05) e na terça-feira (24/05).