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Moda & Beleza

“Eretse” exalta a cultura dos povos originários na passarela

O mega evento de moda assinado por Paulo Borges, idealizador do SPFW, aconteceu nesta sexta-feira (14), no Manauara Shopping


Na noite de sexta-feira (14), convidados se reuniram, no Manauara Shopping, para prestigiar o mega evento de moda assinado por Paulo Borges. O “Eretse” exaltou a cultura indígena na passarela que tinha como cenário o Deck Buritizal. Com figurinos, beleza, grafismos, música e outros elementos inspirados nos povos originários, o desfile emocionou e demarcou território no cenário da moda.

“Eu vim sem nenhuma expectativa, não tenho essa coisa de chegar com uma ideia pronta, na hora que entrei aqui (no Deck Buritizal) todo o evento veio na minha cabeça. Já vim muito pro Amazonas em outras situações, já tem uns 15 ou 20 anos que venho pra cá. Pensei que agora era a hora de fazer um espetáculo mas que seja essencialmente dos povos originários, com os povos originários e para os povos originários, foram eles que trouxeram tudo isso que está aqui, eu só fui amarrando”, disse Borges.

Paulo Borges, idealizador do São Paulo Fashion Week (SPFW), detalhou ainda que pretende levar a cultura dos povos originários para a próxima edição do SPFW. “Pra mim é um mergulho que eu estou me provocando já tem um tempo, porque eu vou fazer mais. Quero levar essa discussão e essa potência para o São Paulo Fashion Week (SPFW), já tenho isso na minha cabeça, de em uma edição só falar o que é essa grande Amazônia, da origem, de onde tudo começou, e vai se chamar ‘SPFW Origens’, pra mim esse evento foi um laboratório”, conta Borges.

Paulo Borges (Foto: Portal MZM)

Resistência

Djuena Tikuna, cantora e jornalista, foi uma das ilustres presenças indígenas no desfile. Djuena cantou durante o evento e deu um importante recado aos presentes. “Ocupar um espaço desse e mostrar para as pessoas a nossa diversidade, a nossa luta, a nossa força, mostra que cada vez mais os povo indígenas estão ocupando os espaços. Nossos povos tem que estar presentes nos eventos e espaços para ter seu protagonismo, enquanto continuarmos fazendo nossa luta através do nosso canto, da nossa arte, da nossa cultura, estaremos deixando a mensagem de resistência e existência”, disse Tikuna.

Vanda Witoto, falou ao portal MZM sobre a importância de demarcar espaços que os povos ainda não ocupam. “Ver corpos indígenas nessa passarela é um ato de resistência dos nossos povos, de demarcar um lugar que a gente ainda não ocupa e dizer que estamos vivos, para essas pessoas que ainda insistem dizer que não existimos. Meu coração está muito feliz de nossos corpos caminharem com os pés descalços aqui nesse espaço, pra gente sempre ocupar um lugar como esse é importante, para demarcar esse corpo que é resistência sempre”, disse Witoto.

Márcia Novo, cantora, também prestigiou o evento e enalteceu o simbolismo do desfile. “Acho que o Amazonas está num momento muito especial de retomada de um lugar que os povos indígenas precisam estar. Acho que essa representatividade é necessária, é o momento pra isso e vidas indígenas importam”, finalizou Novo.

Djuena Tikuna (Foto: Portal MZM)

Vanda Witoto (Foto: Portal MZM)

Márcia Novo (Foto: Portal MZM)

(Foto: Portal MZM)

(Foto: Portal MZM)

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