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Donas de 30% dos pequenos negócios no AM, mulheres se reinventam

Necessidade e falta de oportunidades levam empreendedorismo feminino em busca de capacitação e desenvolvimento


A luta por oportunidades e igualdade de condições no mercado tem avançado como pauta feminina, mas ainda reserva grandes desafios em escala global. No Amazonas, essa realidade não é diferente. Do total de empreendimentos no estado em 2021, mulheres eram donas de 30%, o que corresponde a 193,5 mil negócios. Destes, quase 87% eram informais e 52% comandados por chefes de domicílio.

(Foto: Divulgação)

Esses dados são do estudo ‘Empreendedorismo Feminino no Brasil em 2021’ realizado pelo Sebrae com dados do IBGE e divulgado neste ano. O levantamento mostra que a relação com o cenário nacional não é muito diferente, já que elas representaram 10,1 milhões entre os 29,8 milhões de empreendedores totais. Ou 34% das lideranças do total de negócios.

Os principais setores em que as empreendedoras amazonenses atuam são Comércio (41,12%) e Serviços (37,49%), com destaques também para Indústria (10,59%) e Agropecuária (10,13%). No norte do país, Amazonas e Amapá têm a maior porcentagem de donas de negócios que trabalham por conta própria, isto é, sozinhas (93%).

Contra as estatísticas

Samila Pinheiro, 30, é dona do ‘Dindin da Mila’ e trabalha há oito anos para mudar as estatísticas e se tornar protagonista da sua própria história de sucesso. A paraense que chegou em Manaus ainda criança construiu o pequeno negócio em 2014, diante de uma das motivações que mais levam mulheres ao empreendedorismo: a necessidade financeira.

Ela e o noivo, Alexandre Porto, estavam desempregados e Samila passou a apostar na venda do dindin como fonte de renda. Dois anos depois, a empresária decidiu levar os produtos tradicionais a um outro patamar, aprimorando a produção e diversificando sabores, oferecendo uma linha gourmet.

Isso aconteceu quando ela teve acesso às capacitações do Sebrae Amazonas e Instituto Consulado da Mulher. Foi daí que nasceu a formalização e a aquisição do primeiro crédito para desenvolver o negócio. E logo ela registrou a marca, através do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Hoje, o ‘Dindin da Mila’ funciona com duas mulheres na produção, além do noivo, que atua no fluxo de caixa, compras de insumos e logística. A empreendedora trabalha diretamente no marketing, redes sociais, produção e planejamento estratégico.

Samila revela que o ‘Dindin da Mila’ se tornou uma grande rede de fortalecimento, independência e geração de renda para outras mulheres. Isso porque ela contabiliza 15 revendedoras espalhadas pela capital comercializando o seu dindin.

Sebrae Delas

Para estimular o crescimento de empreendedoras como a Samila, o Amazonas conta desde de 2020 com a iniciativa ‘Sebrae Delas’, que oferece capacitações, network e eventos. A analista técnica do Sebrae, Amina Pontes, explica que a atuação feminina no empreendedorismo está atrelada à necessidade e não à oportunidade, pois muitas são provedoras de suas famílias.

Diante desse cenário, o projeto busca aperfeiçoar as donas de negócios tendo em vista três pilares: o ‘eu’, que trata da saúde mental e física feminina; o ‘meu’, para desenvolver o negócio e a qualificação; e o ‘nós’, para fortalecer o universo feminino e conexões para empoderamento.

O ‘Sebrae Delas’ também une forças também com o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) para realizar, ainda em novembro, capacitações de empreendedorismo para mulheres vítimas de violência doméstica. De 5 a 10 de dezembro, em uma versão dedicada às empresárias do estado, acontece também o ‘Empretec Woman’, principal programa de formação de empreendedores do mundo.

A iniciativa é um seminário intensivo criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e promovido em 40 países. Mais informações sobre inscrição, taxas e seleção estão disponíveis no link.

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