Nos últimos dias o boi bumbá Garantido tem sido palco de uma crise que se arrastou dos bastidores à arena, afetando diretamente a apresentação do boi encarnado. O Festival Folclórico de Parintins 2022 já encerrou, mas a crise permanece no boi da Baixa do São José. Mencius Melo, ex-integrante da DGE, apontada como um dos culpados, concedeu entrevista ao jornalista Gil Gonçalves da rádio Clube de Parintins, e falou sobre DGE, Antônio Andrade e Sebastião Jr.
Outra polêmica, gira em torno do número insuficiente de artistas responsáveis pelas alegorias, Melo disse que a escolha de colocar apenas seis artistas foi presidencial, com o intuito de economizar. “A escolha dos seis artistas caí sobre uma decisão presidencial. O presidente Antônio Andrade assumiu aqui (na rádio Clube), inclusive, que foi a pessoa que trabalhou essa perspectiva de três levantadores, três tripas, também tinha essa questão dos artistas pra contensão de custos e eu acho que ele acreditou numa fórmula, é natural, e a DGE assumiu essa fórmula também porque afinal de contas é aquela famosa frase: manda quem pode, obedece quem tem juízo”, explica Melo.Fim da DGE
Mencius Melo disse que foi informado da demissão pelas redes sociais e que não houve telefonema ou reunião, afirmou que não foi contratado por meio da rede social e que aguarda conversa para que se apontem pontos positivos e negativos, ficando desconexo com a realidade. “A DGE foi desfeita de forma abrupta pelo presidente, uma decisão dele, acredito que ele queria dar um alento à galera. Eu não faria isso se fosse ele, talvez um dos erros mais graves de qualquer político em momentos de crise é desfazer sua base de apoio, é perigoso”, disse Mencius Mello
Apesar de discordar de Andrade, Melo ainda acredita que o dirigente possui competência para estar à frente do boi e comentou sobre a falta de prestação de contas até o momento. “Acho sim que ele tem competência pra continuar gerindo o boi Garantido, a guizo do que ele vai apresentar a nível fiscal, porque a gente sabe aqui, não sejamos ingênuos, se não tiver uma prestação de contas decente e crível, é claro que a máquina política vai se movimentar ora passar por cima” disse Melo.
Levantador de Toadas
Em relação a escolha de ter mais de um levantador, Mencius Mello declarou que parte da DGE não foi a favor dessa ideia que partiu do presidente Antônio Andrade. “Consideramos uma medida um pouco perigosa, dado a questão, foi perigosa. Desestabilizou emocionalmente o boi, o comunicado do Sabá (Sebastião Jr) foi muito tempestivo na passagem de som. Respeito muito o Sebastião e a história dele, acho ele imprescindível pro Boi”
Mencius Mello contou que conversou com Sebastião Jr no camarim após a decisão do artista de deixar o boi, declarou que viu um Sabá que parecia estar descontente e magoado, e que, na ocasião o Uirapuru da Amazônia disse ter sido uma decisão de foro pessoal. Melo comentou ainda sobre a declaração que Antônio Andrade fez sobre o Sabá. “Mexe com qualquer artista, você vai no etos do cara, que a vida dele é cantar. Acho que se eu estivesse do lado do meu amigo Antônio Andrade, eu teria dito ‘não, Antônio, não entra nesse mérito’, é preciso no mínimo um laudo médico pra provar isso. É frágil demais, isso aí é a alma do cara”, falou Mello, que ainda acredita que possa haver uma conversa entre Andrade e Sebastião Jr.
Decisões
“Antônio acompanhou todas as reuniões, raríssimas as reuniões online com todo mundo e nas reuniões presenciais que o Antônio não estivesse presente. Não vamos aqui pintar um Antônio ingênuo, que isso o Antônio não é. Ele acompanhou todo o processo de construção, deu opiniões, mas é um cara que tem realmente, no contexto da assembleia, a prática de acatar a decisão da maioria”, disse.