OPINIÃO DA EDITORA
“E é Círio de novo”. “Quando a vida faz nascer o mês de outubro”. É tão encantador ouvir essas duas frases, tiradas aleatórias de músicas que os paraenses cantam, que fazem arrepiar e bater forte no peito a emoção, o ufanismo, o bairrismo que esse povo tem por sua Terra Natal. Sem pirotecnia, sem rufar de tambores, pisando em pedrinhas, tomando tacacá, maniçoba, eita, maninha, seguindo todos os protocolos (agora virou bordão), todos, eu digo todos, os nascidos no Pará, seja na cidade, nos municípios, nas comunidades, festejam o Círio de Nazaré. E os que estão lá no Japão, na Alemanha, no Afeganistão, também celebram a Nazinha, Maninha, Rainha de Nazaré. E o que mais encanta, nessa demonstração de amor, é que a festa é religiosa. Eles não precisam de dinheiro, de patrocínio para celebrar a data. O povo, o abastado, o rico, o pobre, seja qual for a condição do cidadão, em nenhum momento eles resvalam para o profano. E a maior declaração de afeto e respeito foi ouvir, em uma outra música, mais uma frase, essa é bem mais impactante: “o dia que o açaí acabar, o mundo se acaba”. Toma-te. Temos muito que aprender com os paraenses. É a fé na Santa, na tradição do manto, na corda, na gastronomia que transforma, dentro do Brasil, no mês de outubro, sob as bençãos de Nossa Senhora de Nazaré, um outro País, chamado Pará. Salve!