O que causou a morte de Paulo Onça? Ou, ‘morreu de quê?’, como nós, os amazonenses falamos. Posso responder pelo meu diagnóstico: foi de uma doença chamada ‘insanidade’ de um indivíduo que julgou o cantor e compositor, antecipadamente, condenando-o e fazendo a ‘justiça’ com suas próprias mãos.
Paulo Onça, durante cinco meses, lutou, também, contra essa loucura que assola a cidade de Manaus: todos, no trânsito, se tornaram juízes, têm mais pressa, são donos da verdade, transformando as ruas da cidade em verdadeiros campos minados.
Paulo Onça foi condenado, sem julgamento prévio, sem ser ouvido, porque já chegou no hospital inconsciente e não recobrou as suas funções vitais e cerebrais.
Paulo Onça foi condenado por um indivíduo que não se importou quem estava socando, até cair no meio da rua, o que atualmente (somos) chamados de i-do-sos, o que tem lei que caracteriza crime.
Paulo Onça passou dias, horas, minutos, em um leito de hospital, por um ‘principio besta’: a força bruta é a que leva vantagem.
Paulo Onça morreu, como tantos outros que se aventuram na noite, depois de trabalhar – compositor e cantor trabalha, sim – fazendo o que mais gostava na vida, reunir com os amigos e simpatizantes.
Paulo Onça morreu porque não foi lhe dado o direito de se defender. A barbaridade falou mais alto.

Foto: Reprodução Internet
Paulo Onça, amazonense, 63 anos, compositor, cantor, reverenciado no mundo do samba, morreu.
‘Causa Mortis’: agressão, sem dó, nem piedade, sem conversa com o Paulo Onça, após uma batida de carros, de madrugada, em um trecho da rua Major Gabriel. O agressor fugiu, sem prestar socorro, e deixou lá, o corpo estendido no chão.
Vai ser feliz em Pasárgada, Paulo Onça, porque você merece descansar em liberdade e na paz!