OPINIÃO DA EDITORA
Hoje, já estaria lá. Em Parintins. Com um sentimento de que ali sempre foi o meu lugar, a terra que faço parte desde a primeira vez que pisei em solo parintintins. Tudo magnetiza e energiza. O céu azulzinho, a chuva do nada, o calor que reverbera, o cheiro do bodó assado no meio do dia, o triciclo que passa alardeando uma canção no rádio, a algazarra bem cedo nas casas, o bater das panelas na cozinha, a gritaria da vizinha, mas, na ‘boca da noite’, a calmaria nas ruas, um silêncio quase que religioso. É o povo ‘se preparando’ para o espetáculo no Bumbódromo. Ah, o bumbódromo! Só de pensar, meus olhos marejam, me emociono em lembrar da arena imensa, com a arquibancada ‘arrudiada’ pelos guerreiros do azul e do vermelho, milimetricamente, respeitando o espaço físico do Boi Caprichoso e do Boi Garantido. Eis o ápice! Por três dias, o povo forte e do bom combate, espera ordeiramente na fila, por 10 horas, faça chuva ou faça sol, para entrar e cantar as toadas e soltar as muito bem ensaiadas coreografias das galeras! E toda essa magnitude começaria hoje! Portanto, com essa maravilhosa fotografia dos donos dessa festa e para todos os habitantes da Ilha Tupinambarana, tão maltratada pelo o tal novo corona vírus, que não respeita vidas, meu respeito, minha reverência e com a certeza de que, em breve, estarei na Ilha Encantada, junto com meu povo aguerrido, que não deita jamais, aplaudindo a maior e a mais linda festa do mundo: o Festival Folclórico de Parintins!