A ponte pênsil Q’eswachaka, que remonta ao império Inca no Peru e foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, foi restaurada após desabar em março com a deterioração das cordas que não puderam ser renovadas devido à pandemia, informou o governo regional de Cusco nesta sexta-feira (18). Centenas de trabalhadores do distrito vizinho de Quehue, em Cusco, substituíram a passarela e as cordas de fibra vegetal, deixando a ponte pronta para uso desde quarta-feira, depois de três meses fora de serviço.
“Graças ao trabalho desenvolvido pelos habitantes de Quehue, as gerações herdaram os conhecimentos e sabedoria ancestrais para conservarem a ponte Q’eswachaka, símbolo da extraordinária engenharia inca que surpreende o mundo”, disse o governador de Cusco, Jean Paul Benavente, ao agradecer os moradores pelo seu trabalho.
A plataforma está localizada em Quehue, sobre o poderoso rio Apurímac, a 3.700 metros de altura. A estrutura da ponte, com 28 metros de comprimento e pouco mais de um metro de largura, é construída por agricultores, que trabalham uma fibra vegetal chamada ichu e a trançam em cordas.
O trabalho é comunitário e envolve homens e mulheres, que dividem as tarefas. Os homens se encarregam de montar a estrutura, quase suspensos no ar, enquanto as mulheres tecem e entrelaçam as cordas em terra firme.
A renovação da ponte ocorre todo ano, entre os meses de maio e junho, mas o confinamento obrigatório pela pandemia de coronavírus em março de 2020 impediu o trabalho nesse ano, o que provocou sua deterioração e queda em 23 de março.