Considerado o mais agressivo dentre os tumores ginecológicos, o câncer de ovário deve atingir 80 mulheres no Amazonas, em 2021, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), alerta para a importância das mulheres realizarem consultas regularmente.
Em torno de 95% dos cânceres de ovário são derivados das células epiteliais, que revestem o ovário. O restante provém de células germinativas (que formam os óvulos) e células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos).
Segundo o diretor-presidente da FCecon, mastologista e ginecologista Gerson Mourão, dentre os fatores de risco para desenvolver a doença está a hereditariedade. “Os cânceres de ovário acontecem normalmente depois dos 50 anos, e o principal fator de risco é você ter alguém com câncer de ovário na família”, afirma Mourão.
O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam pílula anticoncepcional ou que tiveram vários filhos. Também são fatores de risco condições genéticas e o excesso de peso.
Sinais
O câncer de ovário não causa sintomas específicos na fase inicial. Em tumores grandes e avançados, a doença pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia, e cansaço constante, de acordo com o Inca.
Gerson Mourão destaca que é importante as mulheres consultarem seus ginecologistas regularmente e afirma que uma das alternativas para tentar descobrir a doença num estadiamento (estágio) é fazer ultrassons nas regiões relacionadas à doença anualmente.
Tratamento
A cirurgia, realizada por um profissional especialista em Cirurgia Oncológica, é a principal arma para diagnóstico, estadiamento, avaliando toda a cavidade abdominal e gânglios, e tratamento.
Após a cirurgia, para os tumores avançados ou de alto grau, existe a complementação com quimioterapia. “Os tratamentos vêm evoluindo com o passar dos anos, e todas as pacientes da FCecon têm acesso ao tratamento quimioterápico quando indicado, havendo chance de cura mesmo em casos avançados”, explica a médica.
Após o tratamento curativo, as pacientes são mantidas em acompanhamento, pois existe o risco de uma recidiva tumoral, podendo necessitar de nova cirurgia oncológica e de exposição a novos tratamentos com quimioterapias, anticorpos, hormonioterapias ou drogas-alvo.