O paratleta amazonense Simplício Campos reafirma o seu nome na natação e posiciona o Amazonas no andar mais alto do pódio pelo terceiro ano, no Meeting Loterias Caixa, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, que aconteceu no último domingo (24), em Brasília (DF). Simplício também arrastou três medalhas de ouro nas modalidades: 200m medley, 100m borboleta e 100m peito.
A disputa contou com paratletas de outros Estados e é a primeira pós-pandemia, abrindo o calendário de provas. Além de suspender as aulas de natação, no período da pandemia, Simplício encarou mais um desafio neste ano, o de ser pai da pequena Ágata. “Apesar de ter passado um tempo sem treinar por conta da pandemia, quando retornaram as atividades, eu e minha esposa Fabíola, tivemos que nos adaptar a ter uma rotina com um bebê em casa. O desafio foi e continua sendo o de conciliar os treinos aos cuidados com a nossa filha”, afirma com muito orgulho.
Divulgação: Arquivo pessoal
Se falta um pouco de experiência em ser pai, na piscina, Simplício tem de sobra. Com as orientações do professor Yves Simões, o paratleta tem uma rotina diária de treinos natação e fortalecimento na musculação. “O Yves soube compreender o tempo que eu tinha para treinar durante a pandemia e quando a minha filha nasceu. Temos uma sintonia muito grande. Ele sabe da dedicação que tenho aos treinos e soube extrair o melhor do meu potencial”, disse Simplício que há quatro anos colhe informações e orientações do técnico.
“Agora com esse resultado em Brasília, fiquei bem feliz. Apesar das dificuldades e do pouco tempo para treinar, foi um resultado satisfatório. Mostrou que, conseguindo adequar melhor os horários e intensificar os treinos, é possível ficar entre os melhores do Brasil”.
Atualmente o paratleta recebe somente o benefício do ‘bolsa-atleta’, concedido pelo Ministério do Esporte, que contempla os três primeiros atletas do ranking do ano anterior. Por enquanto, aguardando o calendário de provas do comitê, o amazonense segue treinando, driblando as dificuldades e elevando o nome do Estado.
Simplício e Jean Campos com a representante técnica da delegação amazonense de natação, Andréia Santos
Esporte como aliado
“A natação me mostrou um novo horizonte de vida”, afirma Simplício que encontrou no esporte um caminho a seguir, depois de sofrer um acidente de carro e perder o braço esquerdo.
“Eu sempre nadei, na infância e na adolescência, mas apenas em nível de escolinha mesmo. Quando sofri o acidente, em 2005, fui convidado pelo professor Joaquim Pinheiro Filho para conhecer o esporte paralímpico e, em 2007, fui lá com ele e já participei do Norte Nordeste em Belém, ganhando três medalhas. Ali vi que eu tinha potencial, se eu treinasse mais, conseguiria outros resultados bem melhores”, lembra.
