Fico horas olhando a tela em branco para iniciar um escrito. Às vezes, caminho pela casa (quase em círculo, pelo tamanho, claro), é o dia em que, inexplicavelmente, ‘traço’ o que tiver na geladeira. Atual- mente, além de água, reside na Consul, frutas e nada de doces, porque estou de dieta e também fiz um propósito de dois meses –cora- gem – sem um brigadeiro, sequer. Nesse meu devaneio, o celular toca –coisa rara, em tempos de mensagens –é
Fabrício Nunes, que pergunta: “atrapalho?”. Respondo: “nada, estou matutando a crônica de domingo”.
Veio ele: “fala das lembranças de Natal. Vou adorar ler”. Deu match. Lembramos das bolas de Natal de vidro e ai de quem quebrasse uma! Ele e eu acreditávamos em Papai Noel e, por anos, coloquei os sapatos embaixo da cama para que o bom velhinho deixasse uma boneca com óculos. Sonho realizado. Lembrei que não tínhamos dinheiro para comprar árvore, a dona Leonor, minha mãe, enfeitava um galho frondoso de goiabeira. Na casa do Fabrício, em tempos de Zona Franca, era um pinheiro pequeno que acompanhava o pisca-pisca. Ah, no meu tempo surgiu o isopor. Era lindo ver aquelas placas se transformarem em números do próximo ano ou em árvore natalina com bolinhas nas pontas. Tempo bom, Fabrício. Feliz Natal.