O tema “Mulheres Guerreiras” é o guia da sequência de looks para o Carnaval da icônica artista brasileira Anitta. Agora, a escolhida foi a atriz e cantora Carmen Miranda para o show do dia 25 de fevereiro, no Rio de Janeiro, durante o último Bloco da Anitta.
Créditos: Julia Bandeira
Neste ano, o propósito foi homenagear figuras femininas históricas que contribuíram para a construção da sociedade como a conhecemos hoje. Clara Lima, a estilista e stylist da cantora, já inspirou-se em diversas outras personalidades, símbolos da força feminina que foram simbolizadas nas apresentações de pré-Carnaval e durante o feriado.
A cantora, dançarina e atriz luso-brasileira Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Marco de Canaveses, em Portugal, e chegou ao Brasil com apenas um ano de idade. Com a mãe, Maria Emília, e a irmã mais velha, Olinda, reuniram-se ao pai, que já havia se instalado no Rio de Janeiro. Ainda jovem, Carmen Miranda, como ficou conhecida, aprendeu a fazer chapéus trabalhando em uma butique. Mais tarde, fez do acessório sua marca registrada. Em 1929, a artista gravou seu primeiro álbum, com o compositor Josué de Barros e, em 1930, cantou Ta-hí (Pra Você Gostar De Mim), escrita por Joubert de Carvalho, e que lhe rendeu o estrelato no Brasil como a principal intérprete do samba na década.
Seu grande sucesso na indústria fonográfica lhe garantiu lugares nos primeiros filmes sonoros produzidos no Brasil, participando dos cinco musicais carnavalescos lançados nos anos 30. No final da década, apareceu pela primeira vez caracterizada de baiana, personagem que a lançou internacionalmente, no filme Banana da Terra (1939). Na mesma época, o produtor da Broadway, Lee Shubert, ofereceu a ela um contrato de oito semanas para se apresentar em The Streets of Paris, depois de vê-la no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, fez sua estreia no cinema estadunidense no filme Serenata Tropical (1940), e chegou a ser considerada a mulher mais bem paga dos Estados Unidos segundo o Departamento do Tesouro Americano.
Aclamada como uma artista talentosa, a popularidade de Carmen diminuiu até o final da Segunda Guerra Mundial. O seu talento como cantora e performer, muitas vezes, foi ofuscado pelo caráter exótico de suas apresentações. Ela tentou reconstruir sua identidade e fugir do enquadramento que a indústria tentava lhe impor, mas sem conseguir grandes avanços. Sua imagem se tornou a personificação de um exotismo latino-americano genérico que foi considerado como singular e peculiar pelo público dos Estados Unidos, e rejeitado como inautêntico e paternalista por brasileiros. Mesmo assim, por todos os estereótipos que enfrentou ao longo de sua carreira, suas apresentações fizeram muito pela popularização da música brasileira e, ao mesmo tempo, abriram o caminho para maior conhecimento da cultura latina.
Créditos: Victor Libório (@quimeravermelha) e Nadine Cunha (@nadinecunhaa)
Devido aos seus feitos, Carmen é uma grande inspiração para Anitta, sendo uma das maiores artistas brasileiras com tanta projeção internacional. Segundo Clara, a cantora é uma grande paixão de Anitta e dela também; por isso foi escolhida para ser homenageada, principalmente durante o Carnaval, já que a carreira de Carmen possui grande ligação com a data.
A estilista utilizou, como referência para a criação do look referenciado pela artista que simbolizou o Brasil durante décadas, uma foto da própria Carmen Miranda com sua roupa característica protagonizada por borboletas, e fez uma releitura desse figurino. Assim como nos demais looks da série, Clara fez uma fusão entre as referências da figura homenageada e a personalidade de Anitta. Nesta produção, feita por Michelly X, a roupa é toda bordada em cristais, traduzindo o glamour tão presente na personalidade de Carmen e de Anitta.
Ficha Técnica
Criação: Clara Lima (@_claralima)
Assistente de estilo: Giovanna Naomi (@giovxnnan)
Segunda Assistente: Liz Ortiz (@pixiesliz)
Confecção: Michelly X (@michellyx)
Ilustração: Victor Libório (@quimeravermelha) e Nadine Cunha (@nadinecunhaa)
