Dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) apontam que o mês de setembro será de altas temperaturas e calor intenso na região Norte, com termômetros alcançando marcas acima dos 40 graus em alguns dias. A pediatra e coordenadora de pós-graduação da Afya, Carolina Araújo, alerta que o período requer cuidados extras com a saúde das crianças.
Ela ressalta que, além das altas temperaturas, o período do verão amazônico é marcado por muitas horas de incidência da luz solar. Os principais riscos à saúde estão associados à exposição prolongada e desprotegida ao sol, que pode causar insolação, queimaduras e até câncer de pele.
Além disso, pode ocorrer desidratação e os alimentos, quando não forem bem acondicionados, ficam mais propensos a sofrerem contaminação por bactérias. Esses microrganismos podem estragar rapidamente a comida e causar quadros de gastroenterite, se ingeridos.
Outros problemas associados à época do verão amazônico é o aumento da ocorrência de picada de insetos. Bem como acidentes relacionados à prática de atividades ao ar livre como, por exemplo, quedas de patins, bicicleta, skate e afogamentos.
Os cuidados para evitar tais problemas são básicos, mas devem ser reforçados. Entre eles, evitar que a criança fique exposta ao sol entre 10h e 16h, usar roupas leves, chapéus e bonés, lavar as mãos com frequência, oferecer líquidos regularmente (não esperar pedir) e verificar as condições de higiene dos alimentos, principalmente de refeições feitas fora de casa.
A médica reforça, ainda, a necessidade de supervisão constante das crianças em atividades na piscina, rios e cachoeiras. Nas brincadeiras ao ar livre atentar sempre para uso dos equipamentos de segurança, como capacete, joelheira e cotoveleira.
De acordo com Carolina Araújo, sintomas como redução do volume de urina ou urina muito concentrada (escura), fezes amolecidas e em frequência maior do que a habitual, perda de apetite, dor abdominal, vômitos e desânimo são sinais de alerta para os responsáveis procurarem um serviço de saúde para checar o que há de errado com a criança.
Para enfrentar o calor intenso, a especialista recomenda o maior consumo de água, água de coco e sucos naturais ao longo do dia. Outra dica é consumir alimentos leves, como frutas, especialmente aquelas com maior concentração de água, como abacaxi, melão e melancia, além de verduras, legumes e carnes magras.
Proteção solar – Em relação ao uso de protetor solar, Carolina Araújo explica que as recomendações mudam conforme a faixa etária. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio do Departamento Científico de Dermatologia Pediátrica, faz alertas quanto à correta proteção solar.
Segundo a instituição, durante os seis primeiros meses de vida, os bebês não devem ser expostos diretamente ao sol. A partir dos seis meses e até o primeiro ano de vida, as exposições devem ser curtas e em horários apropriados (até às 10h e após às 16h), sempre com a utilização de protetor solar, que deve ser aplicado de 20 a 30 minutos antes de ir para o sol.
Dos seis meses aos cinco anos de idade, a SBP recomenda o uso dos filtros infantis, que geralmente contêm menos substâncias químicas prejudiciais à pele da criança. Os produtos costumam ser mais espessos e possuir coloração esbranquiçada ou rosada. O número do fator de proteção deve ser um ponto de atenção. “Geralmente, os filtros acima do número 15 fazem uma proteção razoável por até duas horas, sendo ideal o uso de produtos com proteção 30 ou superior. Filtros com número 30 ou maior apresentam a mesma eficácia na proteção ao sol, diferindo apenas no tempo de reaplicação que no número 15 é menor”, explica a médica. “Em dias nublados, cerca de 40% a 60% da radiação solar atravessa as nuvens e chega à terra. Portanto, o filtro solar também deve ser aplicado nessas condições climáticas”, complementa.