Com os cinemas fechados e a temporada de premiações atrasada em função da pandemia do coronavírus, a cerimônia do Oscar finalmente ocorreu no último domingo (25/04), dois meses do período usual.
Considero o cinema uma das expressões artísticas mais criativas, inspiradoras e democráticas de todos os tempos. Poderoso instrumento de contação de histórias capaz de emocionar pessoas de todas as idades.
Falando em emoção, tive a oportunidade de assistir ao filme Meu pai (The Father), estrelado por Anthony Hopkins e Olivia Colman.
Ao contrário do que muitos podem imaginar, o filme não trata do sofrimento imposto pelo Mal de Alzheimer, mas sobre as dificuldades enfrentadas pelo inevitável desgaste do relógio do tempo, solidão, demência e sobretudo, questionamentos existenciais.
O filme utiliza a perspectiva do idoso para tratar de forma singela temas complexos como velhice, paternidade, reconhecimento, amor e obrigações familiares.
Um dos destaques do longa é a forma criativa como o diretor Florian Zeller conduz a narrativa. A trama se passa predominantemente no apartamento de Anthony, que sofre mudanças, cena após cena, com o objetivo de desorientar o público.
Com desfecho dramático, Meu Pai emociona e nos conduz a uma reflexão profunda sofre família, solidão e finitude. Uma combinação perfeita entre cinema, criatividade e emoção.