O bailarino brasileiro Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, natural de Barra Mansa (RJ), teve o visto de trabalho negado pelos Estados Unidos e precisou interromper a carreira que construiu ao longo de 10 anos no país.

Foto: Arquivo pessoal Luiz Fernando Silva/TV Globo/G1/Reprodução
O amor pelo balé começou cedo em 2010, aos 15 anos, quando fez um curso profissionalizante de dança em Porto Real (RJ).
“Na época, eu não tinha dimensão do que o balé viria a se tornar na minha vida. Depois de participar de alguns festivais pelo Brasil, eu tive a minha primeira oportunidade de ir para o exterior em 2012, para um festival de dança que ocorreu em Nova York mesmo. Em 2012, naquele momento, eu decidi que eu ia seguir isso como profissão, que eu ia lutar para ter uma carreira como bailarino profissional, dançar em uma companhia e realmente viver da minha arte, da minha dança”, explicou ao G1.
Luiz conseguiu uma bolsa na escola de dança, Miami City Ballet School, e, depois, integrou a companhia profissional até 2024, quando decidiu buscar novas oportunidades profissionais.
Ele foi aprovado em uma audição no Dance Theatre of Harlem, em Nova York, uma das mais prestigiadas companhias de dança dos EUA. Com o contrato em mãos, deu entrada no visto de trabalho, mas o pedido foi negado em abril deste ano.
Desde que tomou posse como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump implementou regras mais rígidas para a concessão de vistos de trabalho, incluindo exigências mais severas de comprovação de experiência, critérios que seguem impactando trabalhadores estrangeiros, inclusive artistas.
“Receber essa notícia foi bem triste, bem chocante para mim porque eu juntei todos os documentos, todas as provas, todos os materiais, nos últimos anos […] cartas de recomendação de pessoas que eu trabalhei na dança, sendo coreógrafos, bailarinos, professores, e juntei tudo. Mas, eles alegaram que não era o suficiente, que eu não tinha materiais o suficiente para poder exercer aquela função como bailarino de uma companhia lá”, continuou Luiz.
Agora, Luiz tenta se reorganizar e avalia a possibilidade de continuar a carreira no balé fora dos Estados Unidos. Durante o período de espera, Luiz está na casa dos pais em Barra Mansa.