Negócios inovadores que desenvolvem soluções para as cadeias produtivas da Amazônia terão a oportunidade de apresentar seus projetos para empresários e investidores durante a ExpoAmazônia Bio&TIC 2023, que será realizada em Manaus nos dias 28, 29 e 30 de novembro, no Studio 5 Centro de Convenções. Ao todo, 10 startups farão seus pitches durante o ‘Demoday’, que ocorre no dia 28, das 16h às 19h, em um momento de interação, networking e oportunidade de negócios.
As startups fazem parte do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), uma das políticas públicas da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Cada startup está inserida dentro de uma cadeia produtiva amazônica como o açaí, óleos vegetais, manejo do pirarucu e outros produtos da sociobiodiversidade.
Uma dessas startups, que em um ano de existência já conseguiu aporte de R$ 2 milhões via PPBio, é a Yara Couro. Nascida no Amapá, a iniciativa desenvolve uma tecnologia que transforma o resíduo da pele do peixe em um couro sustentável, que pode ser usado em acessórios, bolsas e calçados e até como revestimento para outras indústrias.
“A Yara Couro foi projetada para ser um negócio rentável que valoriza a cultura local e a cadeia do pescado. Existe uma questão grave de subaproveitamento do pescado, uma vez que 40% do pescado é filé e o resto é resíduo que não é aproveitado e muitas vezes jogado fora de forma inadequada. Vimos nesse problema uma oportunidade de trabalhar esse resíduo com um produto visionário e pioneiro, que traduz a essência da Amazônia. É um lixo transformado em luxo e matéria-prima”, explica a CEO e fundadora da Yara Couro, Bruna Freitas.
Para a empreendedora, eventos como a ExpoAmazônia são uma oportunidade de apresentar ao mundo o potencial da bioeconomia da região Norte do país. “Me sinto muito grata em apresentar nosso projeto, ainda mais em um evento tão necessário e atual, que amplia o debate sobre a bioeconomia. É uma oportunidade de fazer networking, levar o projeto adiante e entender como podemos ampliar essa visão de bioeconomia no Norte e na Amazônia”, completa.
Outra startup confirmada na ExpoAmazônia Bio&TIC 2023 é a Elevar, que apresentará um vinagre orgânico de cupuaçu. O produto, feito a partir da fruta típica do Norte, quer atingir o mercado crescente de vinagres de frutas, reforçando a importância da conservação e utilização consciente da biodiversidade amazônica. Para isso, utiliza uma técnica de fermentação para transformar a matéria-prima amazônica.
“Hoje, a Elevar possui três produtos a serem lançados: vinagre de cupuaçu, kombucha (um refrigerante natural) e molho de pimenta murupi com óleo de castanha. A ideia dos nossos produtos é ampliar a diversidade de produtos saudáveis e valorizar a biodiversidade amazônica”, explica o fundador da Elevar, o biólogo Luan Honorato.
Outro negócio inovador que valoriza insumos regionais é o Da Cruz Destilados, criadora do Eurydice, o primeiro gin artesanal produzido 100% no Amazonas. Incubada pelo Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE) e com aporte do PPBio, a startup desenvolve e fabrica bebidas alcoólicas e ingredientes para mixologia e coquetelaria, utilizando matérias-primas da Amazônia. Um diferencial da destilaria é que ela usa o mesmo álcool utilizado na produção local de xarope de guaraná e concentrado de refrigerantes.
“A mesma matéria-prima usada no polo de concentrados para produzir refrigerante a 5 reais o litro é usada para fazer produtos a cerca de 100 reais. Ou seja, nós otimizamos uma matéria-prima regional colocando qualidade por meio de técnicas requintadas de destilação”, completa a química Fabiola Benarrós, responsável técnica da empresa.