Tendo como plano de fundo imagens belíssimas da Torre Eiffel (França), no dia 27 de abril a Yves Saint Laurent anunciou publicamente que, em 2020, deixa de vez o calendário da Semana de Moda francesa, uma das cinco mais importantes do mundo e responsável por lançar tendências especialmente no que diz respeito à alta costura.
“Consciente da atual circunstância e de suas ondas de mudanças radicais, a Saint Laurent decidiu assumir o controle de seu ritmo e reformular sua programação. Agora, mais do que nunca, a marca levará seu próprio ritmo” lê-se na nota. “Com essa estratégia firmemente implementada, a Saint Laurent não apresentará suas coleções em nenhuma das datas pré-estabelecidas para 2020 (…) e lançará suas coleções seguindo um plano concebido com uma perspectiva atualizada, impulsionada pela criatividade”, finaliza.
A verdade é que, em meio à pandemia por Coronavírus, todos temos percebido o quanto nossas roupas não valem tanto assim quando acomodadas dentro do guarda-roupas, é por isso que Saint Laurent dá o primeiro passo para o que pode ser um mainstream entre as grandes marcas ao redor do mundo.
Mas não é a primeira vez que Yves lança tendência no mundo da moda. Poucas pessoas sabem que o estilista falecido em 2008 foi o responsável pelo modelo de desfile prêt-a-porter (lê-se “pra-ta-portê”) conhecido hoje – as marcas fazem, pelo menos, duas coleções anuais divididas em Primavera-Verão e Outono-Inverno.
Foi no cenário pós guerra mundial, na década de 1960, e após perder seu emprego na Maison Dior que Yves decidiu criar a própria marca e apostar nesse modelo criado por Pierre Cardin. O grande desafio daquela época era justamente criar duas coleções totalmente diferentes, e a popularização da maison veio graças a maestria com que o estilista fazia isso.
Modelo de consumo
O estilo de produção que guia o mundo da Moda sofre grandes críticas há alguns anos, pois é considerado um dos principais culpados do estilo de vida consumista e cada vez mais imediatista que tem levado grandes números de pessoas ao redor do globo rumo a um surto coletivo. E agora? O que fazemos já que o ciclo do fast fashion foi interrompido pela pandemia?
Foi aí que o crescimento do discurso de Sustentabilidade fez com que muitas marcas que estavam prejudicando o meio ambiente prestassem atenção nisso. Produtos eram lançados o tempo inteiro, e ninguém se preocupava com a origem ou o descarte deles. Agora, um novo público se preocupa também com essas questões.
Eu penso que estamos frente a uma outra virada do modelo de negócio mundial da Moda. Eu mesmo já tive algumas crises pessoais internas por “não ter o que vestir” ou “não ter o sapato do momento”, e hoje consigo ver como tudo isso nos leva a viver constantemente à procura de algo mais novo, mais bonito, mais… Tem mais? Compartilha também o que você pensa através das nossas redes sociais.