A Ornare e a ‘WD! Semana de Design’ reuniram, nesta quinta-feira (23), quatro artistas amazonenses para o evento Coquetel com Arte e Design. Os convidados puderam conferir as peças de Eben Santana, Filettoh Baré, Rita Prossi e Siodubi Piratapuya na sede da Ornare em Manaus.
Jardim Amazônico de Eben Sant
Com design único e atemporal, Eben Santana trouxe sua coleção de bolsas inspirada num jardim amazônico. A marca amazonense “Aimi” encanta pela rusticidade e força do couro e a delicadeza do trabalho manual do artista, que imprime em suas peças sua paixão pela moda.
“A gente (ele e sua equipe) gosta muito de experimentar couro e flores, gostamos de fazer experimentos com palha, materiais orgânicos da Amazônia e misturar com o couro pra adicionar durabilidade, pra durar pra sempre. Quero ver minhas clientes deixando as bolsas pra suas netas, pra suas filhas, essa é a grande missão da ‘Aimi’, trazer a beleza da Amazônia, fazer seu grande jardim amazônico esculpido do couro como se fossem esculturas, obras de arte que durem pra sempre”, declarou Santana.
Arumã na moda
Filettoh Baré traz a resistência e a ancestralidade em suas peças que tem como obra prima o arumã. O artista que se destaca na produção de balaios, luminárias e muito mais, os chapéus produzidos a partir da técnica que aprendeu com sua família.
“O começo foi com uma luminária, depois de um tempo queríamos quebrar o protótipo de ser usado só como iluminaria e quando nós vimos que o nosso produto, nosso artesanato, estava alcançando as passarelas, como a do São Paulo Fashion Week, a gente começou a se inspirar, o desfile que teve do Maurício Duarte, foi a inspiração pra criação do chapéu. Futuramente vamos criar outras coisas, como biquínis, mochilas, estojos e outras peças que consigam ganhar o mundo”, disse Filettoh Baré.
Amõ Numiã: Ontem, hoje e Amanhã
Leveza e fluidez entram em contraste com a força da história que carrega as peças de Siodubi Piratapuya. O artista amazonense conta a história das mulheres que fundaram um matriarcado e lideraram o manejo do território e do universo por um período. Os convidados apreciaram dois vestidos de sua nova coleção “Amõ Numiã”, que tem como técnica o tingimento natural com casca de mandioca. Além de sustentável, as peças preservam e impulsiona a cultura indígena, e contribuem para a sobrevivência das técnicas e tecnologias produzidas pelos povos ancestrais.
“Esse tingimento é feito com casca de mandioca, chamamos de tecnologia ManioColor®, temos uma pesquisa de dois anos já, que pode ser aplicado puro e na versão de casca de mandioca com acetato de ferro. Aplicamos o tingimento no tecido ‘carpe rayon’, um viscose certificada que também é uma forma de rastrear esse tecido. Normalmente, quando a gente fala em tingimento natural a gente vê aquela coisa muito opaca, sem brilho, quando aplicamos no carpe rayon ele ganhou esse acetinado, esse brilho”, explica o estilista Siodubi Piratapuya.
Gavião Real
As joias amazônicas de Rita Prossi ganharam o mundo. A artista plástica traz a Amazônia em cada trabalho e proporciona aos que adquirem suas peças carregarem um pouco da nossa amada terra. Sua icônica coleção de 2004, a Gavião Real, continua encantando e fazendo com que a artista recrie mais modelos da linha.
“Trouxa pra cá (Ornare) um mix dos meus produtos, um pouco da coleção Gavião Real, da Araras, da Cocar e da Ubá, que foi a última coleção que fiz, que tem a temática de remos e canoas. O meu trabalho é inspirado na fauna e na flora amazônica, na nossa cultura, nas lendas, eu gosto de mostrar a Amazônia para as pessoas, fazer com que o mundo conheça a Amazônia através das minhas joias. O Gavião Real foi a coleção mais premiada e me abriu muitas portas, o agora, Rei Charles já presenteou sua esposa com joias dessa coleção, algumas celebridades como Maria Bethânia também tem peças da coleção, onde vou o Gavião Real persiste, é uma coleção atemporal e sempre tem que estar na minha linha de produção”, conta Prossi.
A escolha dos artistas
A região amazônica tem a arte em sua veia, repleta de cultura e ancestralidade, os artistas surgem por todos os espaços com técnicas e peças únicas que representam a Amazônia como ela é. Para a mostra foi necessário um longo trabalho de curadoria para chegar em apenas quatro nomes. Márcio Sobiesiak, representante da Ornare em Manaus, foi o responsável pela curadoria da exposição.
“A proposta da Ornare e da DW Design, que é Design Week, foi trazer artistas locais que tem trabalho muito refinado. Foi uma curadoria extensa para chegar até essas nomes e trazer essas peças pra dentro do universo da Ornare. A questão toda é a valorização do que tem de melhor na nossa terra, estamos percebendo através dessa mostra que tem muita coisa interessante, que vale a pena conferir e acompanhar os artistas e seus trabalhos pra que eles também sejam valorizados e possam expandir suas fronteiras, principalmente as comerciais”, declarou Sobiesiak.