Exposições de seis artistas estreiam nesta semana, como parte da programação do “Amazonas Artes Visuais 2022 – Vidas Coletivas”, que contempla seminários, mostra de música e feiras de artes nos espaços culturais da cidade. As obras dialogam com a cultura e suas diferentes identidades, envolvendo a fotografia, a técnica da fotoperformance, registros videográficos e escritos. A iniciativa é promovida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa e a organização é do Centro de Artes Visuais – Galeria do Largo.
No Palacete Provincial (Praça Heliodoro Balbi, no Centro), está em cartaz “Yurupari 2022” de Denilson Baniwa. A exposição é inédita e representa uma ode aos conhecimentos dos povos indígenas. Segundo o artista, as obras resultam de um trabalho de produção na cidade de Barcelos, no Amazonas, e em Cuiabá, no Mato Grosso, ambos relacionados à luta histórica de populações indígenas pelo território e direitos, que caminham também com a espiritualidade e mitologia dessas regiões.
“O trabalho traz um tom de denúncia contra a exploração e a degradação da natureza, enaltecendo a resistência indígena, mas também sob o ponto de vista da ecologia”, disse Baniwa. Fotos e vídeos fazem um resgate de entidades ancestrais dos povos originários, em conflito com as mudanças do mundo e o avanço tecnológico.
O Centro Cultural Palácio da Justiça – CCPJ (Avenida Eduardo Ribeiro, 901, Centro) recebe a mostra “O Boi de Parintins – Entre trajes de folguedo e trajes de cena”, de Diego Omar da Silveira. A exposição traz registros fotográficos antigos do Festival Folclórico de Parintins, ainda na época de tablado, além de croquis de fotografias das indumentárias de itens individuais e coletivos com temática voltada à preservação do meio ambiente até encontrar uma maior interface com o movimento indígena.
Ainda no CCPJ, o público poderá visitar a mostra “Resgate 30 anos, documentos de circulação internacional de Roberto Evangelista” de Sávio Stoco, Orlando Maneschy e Gustavo Soranz. A exposição documental dedica-se ao artista contemporâneo amazonense Roberto Evangelista (1949-2019), reconhecido pelo olhar sensível e crítico sobre as culturas amazônicas. Registro videográficos, fotográficos e publicações bibliográficas integram são expostas ao público. As mostras no CCPJ e no Palacete Provincial estão abertas para visitação de terça-feira a sábado, das 9h às 17h. Entrada gratuita.
Galeria do Largo
O curador e coordenador do “Amazonas Artes Visuais 2022 – Vidas Coletivas”, Cristóvão Coutinho, revela que “a proposta de fazer o movimento iniciou em 2013 e 2014, apenas com seminários. No entanto, somente neste ano, devido à pandemia, o evento foi concretizado, iniciando em maio com a reabertura da Galeria do Largo”, destaca.
No dia 29 de junho, a exposição do maranhense Dinho Araújo, “História dos animais e árvores”, completa o conjunto de mostras na Galeria, localizada no Largo de São Sebastião, no Centro. O artista revela um trabalho de fotoperformance que busca pensar nas vestes do “Bumbá Meu Boi” (Originário do Estado do Maranhão).
“Nesse trabalho eu exploro a careta, um tipo de máscara existente no Maranhão, como dispositivo de performance, que é intitulada à história dos animais e árvores, em referência ao manuscrito de meados do século XVIII”, fala Dinho. “O painel exposto na Galeria conta com 2 metros de altura por 6 metros de comprimento e a técnica utilizada nos registros é o lambe lambe”.
Feiras e seminário
Além das exposições, o evento de artes visuais traz uma programação ampla no período de 29 de junho a 2 de julho, com performances artísticas na Galeria do Largo e no Palacete Provincial. A Feira de Artes contará com nove estandes nas dependências do Palacete Provincial e na Praça Heliodoro Balbi.
O Seminário de Artes Visuais, será realizado no auditório do Palacete Provincial, das 9h ao meio-dia e das 14h às 18h. O encerramento da programação será no dia 2 de julho, das 10h às 17h, com atividades artísticas na praça em frente ao centro cultural. As inscrições são gratuitas e estão disponíveis no link da bio da Instagram da @culturadoam. Cada seminário é limitado a 150 pessoas.