Nesta quarta-feira, dia 9 de julho de 2025, a partir das 17h30, o escritor e professor multifacetado Otoni Mesquita e a editora Valer lançam o livro intitulado: ‘Manaus refletida no espelho de Verne’, obra, que faz parte da coleção ‘Reflexões Amazônicas’, na qual reúne autores que se dedicam, em várias áreas do conhecimento, a refletir sobre as Amazônias da Valer.

Imagem: Editora Valer/Otoni Mesquita/Reprodução
A obra traz um estudo importante sobre ‘La jangada’, de Jules Verne, com o objetivo de expressar a imagem da cidade de Manaus e promover a discussão em torno dos elementos iconográficos que informam sobre a sua fundação: as gentes, a arquitetura, a influência da Europa, a opinião dos viajantes naturalistas a arte dos artistas que pela cidade passaram.
De acordo com a doutora em Filosofia e coordenadora editorial da Valer, Neiza Teixeira, o autor centra a sua atenção nas imagens difundidas na reprodução de gravuras, que registram paisagens da flora, fauna e tipos humanos com seus costumes e modos de viver, com grande parte do imaginário que hoje caracteriza a região.
“Este estudo, além de raro, traz um outro modo de ver e conhecer a cidade de Manaus.”, ressaltou a autora do livro ‘Para aquém ou para além de nós’.
Otoni explica que ainda que o caráter ficcional da descrição literária não exija compromisso com a narrativa histórica, nem necessite das características da abordagem factual que marcaram estudos históricos da época, entende-se que já não ocorram maiores resistências em aceitar um estudo histórico da “imagem” da cidade a partir de fontes desta natureza.
Para Francisca de Lourdes Louro, doutora em Poética e Hermenêutica – Coimbra, que escreveu a orelha do livro, o escritor buscou dar na ação do olhar o sentido multímodo, ora vê, ora mira, ora sonda etc. e percebeu que Léon Benett quis sintetizar a narrativa de 336 páginas em uma xilogravura, isto é, para deixar em nós a surpresa da ousadia.
“Essa certeza confirma o esquema mental da gênese da história de Verne e com as outras figuras que Otoni buscou como par de referência, e que refletem o mesmo tema: Amazônia. O leitor percebe no texto do historiador as surpresas da vida amazônica, também descrita por Alexander Humboldt em uma pintura ou uma litografia.”, escreveu a doutora Francisca.
Otoni, sendo um conhecedor nato dessa experiência Amazônica, é sabedor dessa verdade em Verne: Um rio que, engrossado por mil rios tributários, não joga no oceano Atlântico menos do que duzentos e cinquenta milhões de metros cúbicos de água por hora! Foi caudalosa a curiosidade em desvendar a ideia sintetizada em uma xilogravura, até foi muito intuitivo, e mais, quis provocar o historiador-leitor a entender o todo de Verne, e mostrar a história deste lugar representado por esta e outras fontes como referências.
A estratégia narrativa de Otoni Mesquita nesta obra constitui-se a real condição do tempo nas atitudes humanas na unidade de uma narrativa. Esse processo dá-se pela articulação entre os suportes tradicionais da narrativa, mito e história.


















