O Dia Nacional do Teatro é comemorado nesta quinta-feira (19), uma data representativa para celebrar o impacto do teatro na cultura e na sociedade, especialmente na cidade de Manaus. Os espaços culturais mantidos pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, sempre foram cenários de grandes produções teatrais, o que pode ser comprovado no Festival de Teatro da Amazônia, que tem início na próxima semana.
Durante esse evento, os locais são ocupados por uma rica programação que abrange debates, oficinas, vivências, vitrines de livros, rodadas de negócios e exposições, ampliando o acesso à cultura e fortalecendo a produção teatral local, além de ser uma oportunidade de integração e formação para os profissionais da área.
O Festival de Teatro da Amazônia (FTA) desempenha um papel essencial nesse contexto, proporcionando a valorização das artes cênicas, dando visibilidade aos artistas locais e gerando renda para o setor cultural.
De acordo com Cléber Ferreira, ator e presidente da Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), ingressar na carreira teatral envolve uma combinação de estudo, prática e muita dedicação. As pessoas que se interessam pela área podem optar por cursos livres, formação acadêmica em artes cênicas e participar de oficinas e grupos teatrais.
“É essencial aproveitar as oportunidades para vivenciar e se desenvolver na prática teatral. Estar em contato constante com diferentes expressões e metodologias também é fundamental para o crescimento profissional”, enfatiza.
Linguagem e conexão
Mariellen Kuma, atriz, 39, recorda com emoção sua marcante participação no Festival de Parintins em 2013 e 2014.
“Foi um dos primeiros momentos em que entreguei meu coração à Amazônia, e entendi o poder que a arte tem de conectar profundamente as pessoas à cultura e à terra. Dancei com uma força que até hoje me marca”, compartilha.
Desde jovem, Mariellen sentiu a necessidade de se expressar artisticamente. Foi quando iniciou seus estudos em Teatro e percebeu como essa área a permitiria investigar sua identidade, especialmente como travesti e artista na Amazônia.
“Escolhi o teatro por ser uma ferramenta poderosa para provocar reflexões e mudar perspectivas. A presença de pessoas trans nas artes cênicas é uma forma de resistência e uma maneira de abrir espaços para que nossas histórias e corpos ocupem o palco de forma legítima”, afirma.
Um legado artístico
Com uma trajetória repleta de vivências e experiências, a intérprete, atriz e figurinista Koia Refkalefsky, 76, nascida em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), revela que o teatro a acolheu desde muito cedo, mas foi somente aos 36 anos que ela se rendeu à arte, reunindo agora 40 anos de experiências nos palcos, como intérprete e como criadora de figurinos.
“Teatro é a essência da minha vida, o meu amor, o meu viver. Sempre interpretei papéis que me chamaram a atenção, a última personagem é sempre minha favorita. Atualmente, estou encantada com ‘Madama Arapanca’, de ‘Pequena Esperança’”, conta Koia. A obra é do autor Geiber Teixeira, dirigida por Nonato Tavares e integra o repertório da Companhia de Teatro O Pulo do Sapo, onde Koia brilha com seu talento.