O Centro Cultural Palácio Rio Negro comemora 27 anos de importância histórica, nesta quarta-feira (28). A programação conta com duas exposições: o “Reino de Encantaria”, pela artista cênica Nonata Silva; e a exposição “13 casas de Manaus – Coleção Bacellar-Ventilari”, da artista visual Monik Ventilari.
O espaço cultural é mantido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. As exposições ficam em cartaz até 29 de setembro, no Centro Cultural Palácio Rio Negro, situado na avenida Sete de Setembro, Centro, zona sul de Manaus. O Palácio fica aberto para visitação gratuita de segunda a sábado (exceto às terças-feiras), de 9h às 15h.
Gisele Felipe, técnica do Centro Cultural Palácio Rio Negro, ressalta que a comemoração dos 27 anos do equipamento cultural reflete o reconhecimento de seu papel como um dos principais marcos históricos, culturais e políticos do Amazonas.
“Mais do que um simples edifício, este espaço simboliza a preservação da memória coletiva e da identidade cultural da região. Ao desenvolvermos atividades como visitação gratuita, exposições de artistas locais e outras ações no decorrer do ano, reforçamos o compromisso em garantir que o público possa acessar e valorizar todo o legado que ele representa”, comenta Gisele.
‘Reino de encantaria’
A exposição “Reino de encantaria”, produzida pela artista cênica e visual, Nonata Silva, representa a riqueza do Folclore e sua diversidade na perspectiva visual ao entrar em contato com temas que dizem respeito à Encantaria Amazônica. Introduzindo o visitante no espaço e tempo em que a história se passa, reforçando os seus laços de pertencimento com a memória local e da região amazônica validando a sabedoria popular.
Com obras visualmente marcantes, que trazem uma interpretação dos encantados atemporais, a exposição busca instigar a percepção e a imaginação do visitante para contemplar o lugar e seus habitantes. De acordo com a artista, cada obra tem sua própria questão e provocação, permitindo aos visitantes conhecer e valorizar o Folclore Amazônico.
Para criar a atmosfera desejada, o desenho expográfico apresenta os seguintes elementos: saudações escritas em Tupi, Tucano e Iorubá; cobra grande; matinta pereira; boto; anhangá e muitos outros. Além de placas informativas com dupla leitura, textos escritos com sistema Braille proporcionando acessibilidade ao leitor com deficiência visual.
“O Palácio Rio Negro é um cânone cultural e fazer parte dessa celebração é um momento impar para mim como agente cultural. Visto unir o Folclore e a nossa Cultura Popular por meio da exposição Reino de Encantaria no âmbito deste símbolo da cultura amazônida”, diz a artista, Nonata Silva, de 48 anos, que também é antropóloga.
’13 casas de Manaus’
A exposição “13 casas de Manaus – Coleção Bacellar-Ventilari”, pela artista visual Monik Ventilari, consiste em sua coleção de obras de arte em acrílico sobre tela inspiradas no poema “Balada das 13 Casas”, do poeta amazonense Luiz Bacellar.
A exposição conta com uma coleção de pinturas que retratam as casas que foram a inspiração para o poema de Bacellar. O poema, entre suas nuances, fala das transformações arquitetônicas ocorridas ao longo tempo na cidade de Manaus. A coleção busca mesclar a percepção do poeta com a da artista visual, retratando por meio da estética de Monik Ventilari as casas da rua Henrique Martins, no Centro de Manaus, local onde também o poeta morava e casas inspiradas onde a artista visual morou.
Monik dentro de seu processo criativo realizou uma pesquisa territorial no Centro de Manaus e, por meio de caminhadas pelas ruas e sessões fotográficas das casas com estilo arquitetônico retratados no poema de Bacellar, decidiu por produzir quinze pinturas, 13 casas e 2 panorâmicas, mostrando casas geminadas, em um mesmo contexto. As obras impressionam pelas cores e formas apresentadas em composições abstratas da paisagem urbana de Manaus.
“É uma grande alegria estar participando dessa celebração de 27 anos do Centro cultural Palácio Rio Negro, que traz tanta cultura para cidade de Manaus, com a minha exposição treze casas de Manaus, trazendo cultura, nesse momento que é um grande marco para mim e para minha carreira.” declara Monik, de 39 anos, e também historiadora.