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Cinema

Filme amazonense concorre ao ‘Oscar’ do cinema de natureza

“Pirarucu – o respiro da Amazônia” concorre ao Panda Awards 2024 na categoria Sustentabilidade


Com estreia mundial no Teatro Amazonas, em agosto de 2023, o filme “Pirarucu – o respiro da Amazônia” está concorrendo a uma premiação internacional que é considerada o Oscar dos filmes de natureza, o Panda Awards. Filmada no Amazonas, a obra concorre na categoria Sustentabilidade.

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Foto: Divulgação

“Pirarucu – o respiro da Amazônia” mostra como o manejo sustentável do pirarucu é um forte mecanismo de proteção da região amazônica e dos povos da floresta.

Os mundialmente aclamados Panda Awards, considerados os “Óscares Verdes” da indústria internacional de cinema e televisão sobre vida selvagem, estão no centro do Wildscreen Festival desde 1982. A competição é composta por 14 categorias e três prêmios especiais, incluindo o cobiçado Golden Panda pela melhor produção geral.

“No filme ‘Pirarucu, o Respiro da Amazônia’, levamos o espectador a uma jornada única, explorando a notável história de resistência e autodeterminação dos moradores do Médio Juruá na Amazônia brasileira”, relata a diretora do filme, Carolina Fernandes.

“O filme é um testemunho emocionante da força dessas comunidades amazônicas, que se tornaram os maiores guardiões da Amazônia, optando pelo manejo participativo do pirarucu, maior peixe de escamas de água doce do mundo, como uma estratégia ousada de conservação”, define a diretora.

Na visão de Carolina Fernandes, o filme traz uma mensagem de esperança para a Amazônia. “Em meio a tantas notícias de perdas e tragédias na região, o documentário conta como o manejo de apenas uma espécie de peixe se tornou um poderoso instrumento para proteção e benefício da floresta e dos seus povos”, diz.

A obra

“Pirarucu, o Respiro da Amazônia” é idealizado e protagonizado por lideranças comunitárias do Rio Juruá e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá destacando os notáveis resultados dessa união entre o conhecimento científico e a sabedoria ancestral das populações tradicionais e indígenas.

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Foto: Divulgação

O filme mergulha profundamente nas águas do Rio Juruá e na região de Mamirauá, oferecendo uma visão fascinante de como a união entre comunidades e natureza pode resultar em um equilíbrio delicado que salva espécies da extinção e preserva a majestade da floresta amazônica.

O filme também mostra como a região do Médio Juruá saiu de um cenário de trabalho análogo à escravidão para se tornar um verdadeiro exemplo de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Produzido pela Banksia Films com direção de Carolina Fernandes, produtora audiovisual radicada no Amazonas há 12 anos, o filme mostra como o manejo do pirarucu foi desenvolvido, destacando a importância do conhecimento tradicional aliado ao conhecimento técnico de pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

“Com o declínio da borracha e seus patrões, os moradores da região se organizaram e, incentivados pela luta por emancipação liderada por Chico Mendes, conquistaram a demarcação de Unidades de Conservação (UCs) e a comercialização da produção agroextrativista de forma mais autônoma e justa, banindo os atravessadores e criando associações próprias”, explica a diretora Carolina Fernandes.

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Foto: Divulgação

De acordo com a diretora, o filme retrata de forma poética como as comunidades melhoraram a qualidade de vida ao se engajar nessa atividade sustentável, que salvou o pirarucu da extinção e protege a floresta.

Por meio da obra, o público também pode conhecer a história da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), que foi a primeira organização criada na região e até hoje é um grande exemplo para a Amazônia, coordenando as atividades no território com compromisso com a floresta e seus povos.

Além disso, o filme apresenta os resultados positivos dessa atividade no Médio Juruá. Em 11 anos, a população de pirarucu aumentou 55 vezes em lagos protegidos, fruto do manejo participativo do pirarucu e que gera uma importante fonte de renda, melhorando a qualidade de vida nas comunidades pela valorização dos produtos sustentáveis da floresta.

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