O príncipe Andrew, de 61 anos de idade, filho da rainha Elizabeth II, foi oficialmente intimado, nesta sexta-feira (10), em meio às acusações de abuso sexual envolvendo uma vítma do empresário (1953-2019).
Segundo informações da BBC, foram entregues os documentos referentes ao processo movido por Virginia Giuffre. Um porta-voz que representa o Duque de York se recusou a comentar o assunto.
Um juiz distrital dos EUA então deve decidir para que haja continuidade do caso. Uma videoconferência sobre os próximos passos do processo está marcada para acontecer em Nova York na segunda-feira (13).
De acordo a BBC, o príncipe Andrew deve responder ao depoimento até 17 de setembro e, “caso não responda, o julgamento será feito à revelia contra ele”. Atualmente, o filho da rainha está em Balmoral, a propriedade escocesa da mãe.
Os documentos legais dizem que um servidor envolvido no processo, que trabalha para a vítima, encontrou a equipe de segurança de Andrew, deixou um cartão de visita e foi orientado a esperar. O funcionário, então, falou com a polícia, incluindo o chefe da segurança de Andrew, que alegou que não havia conseguido localizar o secretário particular do príncipe Andrew “ou qualquer outro integrante do alto escalão”.
O agente foi informado que a equipe de segurança “foi instruída a não aceitar a citação de qualquer processo judicial”, mas deixou uma cópia do processo com um policial que fazia guarda no Royal Lodge, um dos palácios da realeza britânica, no dia 27 de agosto, às 9h30 da manhã
Em seguida, o agente recebeu o nome e o número de um advogado que seria do príncipe, mas não conseguiu entrar em contato com ele. A equipe jurídica da vítima afirma porém que, ao deixar os papéis com o oficial, a intimação foi concluída com sucesso.
ENTENDA
Virginia Giuffre afirma que foi trazida para o Reino Unido aos 17 anos para ter relações sexuais com o príncipe Andrew. Ela abriu um processo contra ele no mês passado, em Nova York, com um processo civil e não criminal, o que significa que ela deseja que o tribunal decida se suas acusações são verdadeiras e se o duque deve pagar os danos.
O caso diz que o príncipe abusou sexualmente da então menor de idade na casa em Londres de Ghislaine Maxwell, uma sócia de Epstein, e também nas residências de Epstein em Manhattan e nas Ilhas Virgens, nos EUA.
Epstein, que estava preso, foi encontrado morto em sua cela, em 2019, em um caso repleto de dúvidas se ele realmente se matou ou se foi assassinado, já que as rondas periódicas dos agentes penitenciários não foram cumpridas à risca, deixando Epstein, um potencial risco de cometer suicídio, sozinho por um período maior do que deveria.
Virginia afirma ainda que o príncipe Andrew praticou atos sexuais com ela sem o seu consentimento, sabendo a sua idade e “que ela foi vítima de tráfico sexual”. Em, 2019, à BBC, Andrew negou as acusações, dizendo que elas “nunca aconteceram”.