Especialistas das Nações Unidas pedem ao governo indiano que ponha fim aos “ataques misóginos e sectários” sofridos online pela jornalista indiana muçulmana Rana Ayyub e que abra uma investigação sobre o caso.
“As autoridades indianas devem realizar uma investigação rápida e exaustiva sobre os contínuos ataques misóginos e sectários à jornalista Rana Ayyub na Internet”, declararam Irene Khan, relatora especial sobre liberdade de opinião e de expressão, e Mary Lawlor, relatora especial sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, em um comunicado divulgado na segunda-feira (21).
Rana é uma jornalista investigativa independente que colabora, em particular, com o jornal americano The Washington Post. As relatoras especiais independentes – que não falam em nome das Nações Unidas, estando encarregadas apenas de elaborar um relatório para a organização – informaram que Rana Ayyub é “vítima de uma intensificação dos ataques e das ameaças online de grupos nacionalistas hindus de extrema direita”.
Segundo as especialistas, os ataques contra Rana, de 37 anos, estão relacionados com suas reportagens sobre “os problemas que afetam as minorias muçulmanas” e seus comentários “sobre a recente proibição dos hijabs em escolas e faculdades (no estado) de Karnataka”. No ranking mundial de liberdade de imprensa de 2021, divulgado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, a Índia aparece na 142ª posição.