O juiz Celso Souza de Paula, da 3ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas da Comarca de Manaus, autorizou a entrevista com Ademar Farias Cardoso Neto e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe, respectivamente, de Djidja Cardoso, com o jornalista investigativo Roberto Cabrini. Eles foram presos pela morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido.
O pedido de entrevista foi acatado pela justiça sob alegação de que ela – a entrevista – trará transparência e informação sobre o caso, para que a população esteja ciente sobre os riscos do uso de entorpecentes (no caso, a Cetamina).
“O objetivo de permitir a realização de entrevistas jornalísticas é, precisamente, utilizar esses meios para dar transparência ao caso e informar a população dos perigos causados pelas substâncias entorpecentes. Ademais, aos réus não se pode negar o direito ao completo exercício do contraditório e à ampla defesa”, declarou o juíz.
Responsável pela entrevista, Cabrini tem um histórico de reportagens importantes para o público, em sua maioria, envolvendo crimes complexos. O profissional é conhecido pela sua capacidade de persuasão investigativa e por coberturas internacionais.
Audiência de instrução
A audiência de instrução penal com os 10 denunciados no caso, presidida pelo Juiz Celso de Paula, foi concluída nesta terça-feira, 4/9. Conforme inquérito, Cleusimar agredia fisicamente a filha, debilitada pelo uso de cetamina. O caso estava sob sigilo mas foi aberto ao público dada a proximidade da audiência. Por enquanto, a prisão dos réus (Cleusimar e Ademar cardoso, José de Oliveira, Sávio Pereira, Hatus Silveira) foi mantida. Os outros acusados permanecem sob monitoramento eletrônico.
O caso
Dilemar Cardoso Carlos da Silva, mais conhecida como Djidja Cardoso, que tinha 32 anos, foi encontrada morta no dia 28 de maio deste ano por causa de uma overdose de Cetamina, substância considerada anestésica dissociativa. A mulher ficou conhecida por ser sinhazinha do Boi Garantido entre 2016 e 2020. Cleusimar Cardoso Rodrigues, Ademar Farias Cardoso Neto e outras oito pessoas respondem por crimes como tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Algumas polêmicas envolvendo os familiares próximos de Djidja incluem o suposto uso de substâncias entorpecentes em animais e a prática de uma seita denominada “Pai, mãe e vida”, que incluía o uso de Cetamina.