Fernando Vilaça, 17 anos, morreu após ser brutalmente espancado. O jovem é mais uma vítima de ataques homofóbicos. Fernando havia saído para comprar leite na esquina de sua casa.

Foto: Reprodução/Redes sociais
De acordo com relatório preliminar do Instituto Médico Legal (IML), Fernando teve edema cerebral, traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e ação contundente. Testemunhas relataram que o estudante foi agredido até a morte após questionar outros jovens, ainda não identificados, sobre o motivo de chamarem-no de “viadinho”.
O caso ocorreu na última quarta-feira (2), na Rua Três Poderes, bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus (AM). Um vídeo circula nas redes sociais e mostra os suspeitos fugindo do local após a agressão. O adolescente aparece estirado no chão.
Fernando Vilaça morreu no último sábado (5), no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, na capital amazonense.
Deputada aciona Governo Federal
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) usou as redes sociais na última segunda-feira (7), e anunciou ter recorrido à abertura de uma investigação pela morte de Fernando Vilaça, vítima do espancamento.
Em rede social, a deputada relatou que os agressores foram identificados e estão foragidos. Além disso, os agressores teriam comparecido ao velório para filmar o caixão de Fernando.

Imagem: Erika Hilton/Reprodução
Pesar
O Governo Federal por meio do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania lamentou a morte do jovem.
“O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, manifesta seu profundo pesar e solidariedade à família e à comunidade do jovem Fernando Vilaça da Silva, adolescente de 17 anos, brutalmente assassinado em um episódio de violência homofóbica no estado do Amazonas.
Na madrugada de 5 de julho de 2025, no bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus (AM), Fernando foi espancado após reagir a ofensas de cunho homofóbico proferidas por um grupo de indivíduos durante uma confraternização em via pública. Após três dias internado em estado grave com traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e edema cerebral, o jovem não resistiu e faleceu no dia 7 de julho.
Tais atos atentam diretamente contra os fundamentos constitucionais da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da liberdade, representando também crimes previstos em nossa legislação penal, incluindo o homicídio qualificado por motivo torpe e os crimes de LGBTQIAfobia, reconhecidos como formas de racismo pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26/2019.
O MDHC reforça seu compromisso com a defesa da vida e dos direitos das pessoas LGBTQIA+ e com o enfrentamento à violência motivada por ódio, preconceito e discriminação. Nos solidarizamos com os familiares de Fernando Vilaça da Silva, colocamo-nos à disposição para acompanhamento do caso e informamos que os encaminhamentos cabíveis já estão sendo realizados junto à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.
Fernando Vilaça da Silva não será esquecido. Toda forma de violência LGBTfóbica deve ser combatida com rigor e com políticas públicas estruturantes.
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania”.


















