Manaus voltou a ficar encoberta por fumaça, em agosto e no início de setembro deste ano. Dados do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) chegaram a avaliar a qualidade do ar na capital amazonense como muito ruim, em todas as zonas da cidade. O desmatamento para a prática de pecuária e atividades agrícolas, junto às queimadas, foram os principais fatores que causaram a poluição da atmosfera manauara. No Sul do Amazonas, onde ocorreu mais queimadas, foi registrado o nível péssimo de poluição.
Fumaças
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Amazonas (Ibama-AM), Joel Araújo, falou como ocorreram as queimadas no estado, que geraram cobertura de fumaça na cidade. “Essa é uma região que é amplamente divulgada como o arco do desmatamento, que ocorre naquela região em função da pecuária e outras atividades agrícolas. Infelizmente, é uma região que tem pouca tecnologia aplicada ainda, para aproveitar melhor o solo ou desenvolver melhores espécies de gado criadas ali”, declarou.
Araújo ressaltou que movimentos de massas de ar, provocados por um ciclone extratropical na região Sul do Oceano Atlântico, carregaram a fumaça oriunda de incêndios nos municípios do Sul do Amazonas para o centro do estado, onde está, justamente, Manaus.
Estiagem
A descida dos rios em 2024 teve início antes do previsto, com reduções registradas ainda na primeira quinzena de junho. Além de contribuírem para os focos de calor e, consequentemente, com os incêndios, o volume de chuvas abaixo da média registrado no início de maio intensificam a estiagem deste ano no Amazonas, o que também deve antecipar o fim do período de vazante, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Até esta quarta-feira, 330 mil pessoas foram afetadas pela estiagem severa no estado, conforme dados atualizados da Defesa Civil do Amazonas. Ainda conforme o boletim, 82 mil lares enfrentam dificuldade por causa da seca. Todos os 62 municípios estão em situação de emergência.