A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), realizou, entre os dias 3 a 17 de agosto, a investigação epidemiológica e de controle vetorial em relação ao aumento de casos de malária, em áreas indígenas Yanomami de Barcelos (a 399 quilômetros a noroeste de Manaus). Barcelos ocupa o segundo lugar em casos de malária no Amazonas, com 4.037 notificações entre janeiro e julho deste ano, ficando atrás somente de São Gabriel da Cachoeira, que registrou 4.196 no mesmo período.
A visita ocorreu em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena – Alto Rio Negro (DSEI/Alto Rio Negro), Distrito Sanitário Especial Indígena – Yanomami (DSEI/Yanomami) e a Secretaria Municipal de Saúde de Barcelos (Semsa/Barcelos), sendo a primeira vez que as esferas de gestões nacionais, estaduais e municipais se reúnem para realizar este tipo de ação.
De acordo com a gerente de Doenças de Transmissão Vetorial – Malária do Departamento de Vigilância Ambiental (GDTV – Malária/FVS-RCP), Myrna Barata, algumas das ações necessárias para realizar o controle vetorial na localidade é a ampliação da rede de diagnóstico. “É essencial que haja uma maior rede de diagnósticos, para que assim que o paciente sinta os sintomas da malária, ele possa buscar o diagnóstico de forma precoce, e em caso de resultado positivo, o tratamento seja ofertado de imediato, interrompendo o ciclo de transmissão do homem para o vetor”, destaca Myrna.
Ainda segundo a gerente do GDTV – Malária/FVS-RCP, outras recomendações oferecidas para a região ribeirinha foram: instalação de mosquiteiros impregnados por inseticida; capacitação para profissionais de saúde que atuam na área; além da construção de um posto de saúde na comunidade de Nova Jerusalém, onde ocorre grande tráfego de pessoas, para realização de testes de lâmina, para identificar a doença.
Enquanto na área urbana de Barcelos, foi identificado uma área de maior concentração de mosquitos Anopheles, transmissor da malária, aos arredores de um igarapé. “Recomendamos a implantação de mosquiteiros impregnados com inseticidas próximos ao igarapé; a intensificação de busca ativa de casos; e o tratamento supervisionado aos pacientes”, frisa Myrna.
Entre janeiro e julho de 2021, o Amazonas registrou 26. 651 casos da malária contra 33.620 casos da doença registrados no mesmo período do ano passado, o que significa, uma redução de 20%.