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Abertura da 6ª Semana do Quadrinho Nacional movimenta espaços culturais em Manaus

A exposição proporcionou um encontro entre roteiristas, ilustradores, quadrinistas e autores amazonenses e nacionais


A 6ª semana do Quadrinho Nacional movimentou os espaços culturais de Manaus durante sua abertura nesta sexta-feira (26). A exposição de obras e atividades acontecem, simultaneamente, na Biblioteca Pública do Amazonas, Palacete Provincial e na Galeria do Largo, espaços culturais mantidos pelo Governo do Amazonas. A semana temática, até domingo (28), representa o palco da reunião de talentos do universo dos quadrinhos, proporcionando o encontro entre artistas de renome nacional e locais. Entrada gratuita.

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Foto: Marcely Gomes/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, a 6ª Semana do Quadrinho Nacional contou com estreias de artistas locais, como o ilustrador e quadrinista Otoniel Oliveira. Natural do Amapá, o artista trabalha com quadrinhos desde 2004, começou a desenhar ainda criança e foi se identificando cada vez mais com quadrinhos e animações, quando percebeu, já possuía um espaço para poder contar suas próprias histórias.

“Achei genial esse evento que trouxe todos os artistas de outros cantos do Brasil, inclusive do próprio Norte, para que a gente possa experimentar a cidade e poder olhar como uma pesquisa de campo também. Eu queria falar sobre alguma coisa que fosse mais próxima de nós, que tivesse gente desenhada mais parecida como a gente é”, disse Otoniel.

Entre as obras de sua autoria, ele destacou “Vila Barca”, que se trata de uma série de contos e lendas da população ribeirinha e a série do universo de protagonismo feminino e indígena, as “Icamiabas na cidade Amazônica”.

Ele conta que “As Icamiabas na Cidade Amazõnica” é uma animação em 2D, onde antigos deuses se aposentaram e os conflitos que acontecem na cidade entre os seres encantados e os humanos são solucionados pelas guerreiras Icamiabas: Luna, Laci, Coroni e Thyhi. Otoniel revelou ainda que a ausência de referências visuais da identidade amazônica estimulou o desejo em representar narrativas com o ambiente característico da nossa região.

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Foto: Marcely Gomes/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Pela primeira vez em Manaus, Leonardo Dressant estreia na Semana de Quadrinhos Nacional. Natural de Belém (PA), o quadrinista trabalha profissionalmente desde 2017, mesmo ano em que criou os personagens da Turma do Pitiú e Xibé, dois urubus que moram no cartão postal de Belém, no Mercado do Ver-o-peso, e abordam questões ambientais. O artista acrescenta que sua motivação é criar quadrinhos que transmitem informação, principalmente para seu público-alvo, que são crianças.

“Todo o trabalho é baseado assim, são três quadrinhos que eu trouxe para cá, cada quadrinho é um tema, um fala sobre a questão do lixo jogado nas ruas, outro fala sobre o lixo jogado nos rios e nos mares e o outro sobre o aquecimento global, então cada quadrinho é uma questão de um problema ambiental “, destaca Leonardo.

Convidados

O jornalista e quadrinista amazonense Mário Adolfo, cujas tiras e histórias da obra “Curumim, O último Herói da Amazônia”, marcaram uma geração de leitores, foi um dos convidados para a exposição. O personagem foi criado em 1983 e possui 40 anos de histórias e reconhecimento no mundo das HQ’s amazônicas.

“O Curumim é um indiozinho que perambula pela floresta defendendo a Amazônia, as árvores, os bichos, luta contra a poluição do rio e tem vários amiguinhos, quando foi lançado, essa ideia de defesa da natureza não existia e o Curumim viu essa proposta de defender a Amazônia, a natureza. E com o tempo, hoje, a pegada principal do planeta é essa, defender a vida, o meio ambiente, as florestas, os rios, e o Curumim já faz isso desde 83” destaca o artista.

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Foto: Marcely Gomes/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

A obra do artista serviu de inspiração musical para o cantor e compositor, Zeca Torres, chegando ao palco do Teatro Amazonas e no Teatro da Instalação, no ano passado. “O Curumim não era um gibi, ele era um jornal infantil encartado no jornal, que antigamente tinham 60 mil exemplares, ou seja, uma presença muito grande. Então, muita gente que está fazendo quadrinhos hoje, se inspirou no Curumim. Cresceu lendo o Curumim e virou quadrinista também” concluiu Mário Adolfo, ressaltando que, futuramente, a ideia é lançar uma coletânea de três décadas com vários quadrinhos, chamada “Todo Curumim”.

Segundo o roteirista, professor e produtor cultural da Semana de Quadrinho Nacional, Evaldo Vasconcelos, as edições anteriores sempre aconteciam em um lugar só, dessa vez, a grande novidade é poder proporcionar um evento dividido em três espaços culturais que acontecem simultaneamente durante três dias, iniciativa motivada pela quantidade de artistas inscritos na exposição.

“Todos os espaços foram recebidos pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Isso está sendo novo para a gente, tem a exposição na Galeria do Largo, na Biblioteca Pública tem a feira dos artistas, palestras e oficinas. E ainda tem mais palestras lá no auditório do Palacete Provincial. Então, essa experiência de fazer o evento em mais de um lugar, está sendo uma coisa nova e que permite também um maior público”, comenta Evaldo.

Segundo o organizador, a sexta edição foi um marco significativo, tanto para os artistas como para o público, impulsionando a riqueza artística em todas suas formas. Desde a exposição de quadrinhos, palestras até artesanatos e miçangas indígenas.

A 6ª Semana do Quadrinho Nacional se estende com atividades até domingo (28). Acompanhe a programação pelas redes sociais da @culturadoam e @semanadoquadrinhomao.

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