Criada em 2014, a Campanha Janeiro Branco chega à sua 9ª edição em 2022 fazendo um alerta à humanidade: em tempos de pandemia, de crises sanitárias, sociais, políticas, ecológicas e econômicas em escala global, o mundo precisa de uma atenção redobrada à saúde mental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia interrompeu serviços essenciais de Saúde Mental em 93% dos países do mundo e, ao mesmo tempo, intensificou a procura por esses mesmos serviços. No Brasil, de acordo com uma pesquisa recente, 62% das brasileiras e 43% dos brasileiros afirmaram que a saúde emocional ‘piorou muito’ durante a pandemia.
Carol Costa Júnior, psicólogo clínico e neuropsicólogo do sistema Hapvida, explica o porquê de os casos de ansiedade aumentarem nessa época. “Ao finalizar um ano acontece um fenômeno que deixa as pessoas deixando-as mais reflexivas, fazendo um balanço do que foi esse ano, e muitas vezes bate uma frustração por não ter conseguido alcançar certas metas e objetivos, isso faz com que a ansiedade aumenta, levando a até quadros de depressão. Hoje estamos lidando com outra questão que são as variantes da Covid, isso também pode desencadear o medo e ansiedade nas pessoas. O importante em todas essas questões é procurar sempre ajuda psicológica”.
O psicólogo ainda destaca a importância de campanhas de incentivo à qualidade da saúde mental como o Janeiro Branco. “Nada melhor como começar o ano com uma campanha que fala sobre algo tão importante, porque quando a cabeça não vai bem, tudo começa a ir mal. É importantíssimo falar sobre essas questões justamente por levar essa informação a grande massa. E isso ajuda porque leva a todos o alerta e o auto cuidado sobre o tema”.
Por que Janeiro Branco?
Porque, no primeiro mês do ano, em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, em suas relações sociais, em suas condições de existência, em suas emoções e em seus sentidos existenciais. E, como em uma “folha ou em uma tela em branco”, todas as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida.
É uma campanha ao estilo da Campanha Outubro Rosa e da Campanha Novembro Azul. O seu objetivo é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à Saúde Mental e Emocional das pessoas e das instituições humanas.
Nesse mês ainda são realizadas palestras, oficinas, cursos, workshops, entrevistas midiáticas, caminhadas, rodas de conversa e abordagem de pessoas em todos os lugares nos quais as pessoas se encontram: ruas, praças, igrejas, empresas, residências, academias, shoppings, hospitais, prefeituras etc. Em janeiro de 2022, por causa da pandemia do Covid-19, a campanha prioriza espaços abertos e meios online.