A megaoperação que ocorreu nesta quinta-feira (28), com o objetivo de desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), é considerada a maior da história do Brasil contra o crime organizado. Com informações do G1 e Agência Brasil.

Foto: Polícia Federal/Reprodução
A organização criminosa controlava mais de 40 fundos com R$ 30 bilhões. O dinheiro obtido pela organização com a fraude em diversas operações da cadeia do setor de combustível chegava aos fundos de investimento por meio de fintechs, empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros digitais.
Receita Federal diz que uma fintech de pagamento atuava como “banco paralelo” da organização criminosa, tendo movimentado mais de R$ 46 bilhões de 2020 a 2024.
Esta mesma fintech, segundo a Receita, recebia diretamente valores em espécie. Entre 2022 e 2023, foram efetuados mais de 10,9 mil depósitos em espécie, totalizando mais de R$ 61 milhões. O procedimento é considerado “estranho” à natureza de uma instituição de pagamento, que opera moeda bancária.
Maior operação do Brasil
As autoridades levaram em conta a cooperação das polícias dos estados e a amplitude da megaoperação, batizada de Carbono Oculto. A força-tarefa nacional conta com cerca de 1.400 agentes, que cumprem mandados de busca, apreensão e prisão em oito estados.
A megaoperação foi uma junção de três operações e aconteceram em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O grupo sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, segundo autoridades da Fazenda de SP.
Das três operações deflagradas hoje, duas foram pela Polícia Federal (Quasar e Tank); e uma pelo Ministério Público de São Paulo (Carbono Oculto). A Receita Federal participou das três.
Os grupos criminosos movimentaram aproximadamente R$ 140 bilhões
As três operações deflagradas contra a lavagem de dinheiro criminoso por meio do setor de combustíveis resultaram no cumprimento de mais de 400 mandados judiciais, incluindo 14 de prisão e centenas de buscas e apreensões, em pelo menos oito estados.
As medidas judiciais levaram ao bloqueio e sequestro de mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores. Os grupos criminosos movimentaram, de forma ilícita, aproximadamente R$ 140 bilhões.
As Operações
As investigações identificaram um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar o patrimônio de origem ilícita.
Quasar e Tank
Só no âmbito da PF, segundo o diretor da entidade, 141 veículos foram apreendidos; 1,5 mil veículos foram sequestrados; mais de R$ 300 mil em dinheiro apreendidos; mais de R$ 1 bilhão bloqueados. Foram também apreendidos ou sequestrados 192 imóveis e duas embarcações.
Além disso, 21 fundos de investimentos tiveram bloqueio total, além de ações em relação a 41 pessoas físicas e 255 pessoas jurídicas. Dos 14 mandados de prisão, seis haviam sido cumpridos, até o início da tarde.
No Paraná, a exemplo de São Paulo, o inquérito foi instaurado a partir de uma outra operação da PF, focada no tráfico de drogas, instaurada em março de 2023.
Carbono Oculto
A Carbono Oculto cumpriu 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro integral dos fundos de investimento utilizados para estas movimentações ilícitas e autorizou o bloqueio de até R$ 1,2 bilhão, valor correspondente às autuações fiscais já realizadas.
Segundo a Receita Federal, a estrutura criminosa envolveu toda cadeia de combustíveis, desde a importação até o consumidor final, passando pelas etapas de produção, distribuição e comercialização.
Até o momento, os postos de gasolina citados na operação estão localizados em São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
As investigações seguem em andamento.


















